Quando o assunto a ser registrado é história, então, escrever de forma concisa torna-se um pré-requisito – é a partir desse desafio que o professor e jornalista pós-doutor em narrativas históricas Oswaldo Coimbra, 60, ministra, desde o último sábado, oficinas ligadas à primeira Escola de Escritores de Belém, projeto de produção de textos e livros históricos vinculado à faculdade de Engenharia Civil da Universidade Federal do Pará (UFPA) e à Associação dos Moradores da Cidade Velha.
De acordo com o professor, a proposta central começou a ser delineada há cerca de 17 anos, no curso de Engenharia Civil da UFPA, com a criação de uma disciplina de produção de textos sobre história chamada Formação Geral Complementar.
A partir de uma demanda por materiais didáticos que abordassem a história da construção civil em Belém, Oswaldo ministrou aulas que ensinavam os universitários como e por que redigir textos que explicassem a evolução da estrutura urbana da capital de forma objetiva.
"Esse projeto acabou criando o Grupo de Memória e Interdisciplinaridade, que valoriza a formação na área de textos para os alunos de Engenharia, além de ter resultado em três livros publicados pela Academia Paraense de Letras, que reuniram artigos, ensaios e textos feitos pelos universitários. Com essa experiência, acabamos nos sentindo estimulados a abrir o projeto a profissionais e estudantes de todas as áreas e faixas etárias, e foi assim surgiu a idéia da Escola de Escritores", revela.
Faculdades serão temas de obra
A Escola de Escritores se reúne todos os sábados para preparar o primeiro produto do curso a ser lançado ao final do ano: um livro sobre a história do bairro Cidade Velha. Depois vai selecionar os cinco melhores alunos do grupo, que receberão uma bolsa de estudos do Instituto de Tecnologia da UFPA para produzir, até o final do ano, um material sobre a história das faculdades de Engenharia e Arquitetura.
A estudante da quinta série Ana Carolina Bezerra, 11 anos, a mais jovem selecionada, escreve crônicas, contos e poesias em um blog e peças para a escola na qual estuda, em Ananindeua.
A professora aposentada Ana Luiza Mesquita, 77, decidiu participar do grupo para retomar um hobby. "Quando vi o assunto no jornal gostei pela possibilidade de voltar a escrever", diz Luiza, autora de "Jundiaí, terra querida". (Guto Lobato)
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