quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Atentado contra jornal no interior paulista

São Paulo - A Polícia Civil investiga a invasão e o furto de equipamentos da gráfica do jornal "Correio Mariliense", na cidade de Marília, a 418 km da capital paulista. Com os equipamentos roubados, os responsáveis pela publicação tiveram de contratar outra gráfica para imprimir o jornal.

A empresa acredita que pode se tratar de um atentado, mas a polícia, a princípio, investiga o caso como um furto comum.

A Associação Nacional dos Jornais (ANJ) condenou a ação dos bandidos, e em nota, afirmou que a ação não parece ter sido apenas um crime contra o patrimônio.

O ataque ao jornal foi descoberto por um funcionário na noite de segunda-feira (1º). Ao chegar por volta das 20h40, ele notou uma das portas do imóvel semiaberta e descobriu focos de incêndio no local. Os bandidos danificaram a rede elétrica, a cerca energizada e levaram um computador que controla a pré-impressão do jornal, além de ferramentas da gráfica, fiação e cabos. Outros bens, como um segundo computador, não foram levados.

"Foi estranho. Não levaram outros equipamentos de valor. E acenderam cinco focos de incêndio", disse o editor do "Correio", Marcelo Moriyama, referindo-se às chamas ateadas perto de bobinas de papel e latões de produtos químicos inflamáveis, controladas pelos bombeiros.

Segundo Moriyama, o jornal não recebeu ameaças. A polícia de Marília apura o caso como furto comum e não vê indícios de atentado à liberdade de expressão.

"Não tem nada que indique que teve motivação política. Estou vendo apenas como um furto comum", declarou Aeliton de Souza, delegado titular da Delegacia de Investigações Gerais de Marília, que até a tarde de qarta-feira (3) ainda não havia ouvido ninguém sobre o caso.

(...) Em nota, a ANJ condenou a invasão e pediu uma rápida investigação do crime. "Além de furtar equipamentos indispensáveis à impressão do jornal, os criminosos tentaram incendiar as instalações, o que sugere que a ação não se limitou a um crime contra o patrimônio da empresa", diz a ANJ. (Marcelle Ribeiro, de O Globo)

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