quinta-feira, 4 de novembro de 2010
Advogada da família de Ana Karina denuncia ameaça
Em documento encaminhado à Sucursal do CORREIO DO TOCANTINS em Parauapebas, a advogada Amanda Marra Saldanha (foto) denuncia publicamente que, desde quando passou a atuar na condição de assistente de acusação no processo que apura o assassinato e desaparecimento do corpo de Ana Karina Matos Guimarães, crime ocorrido no dia 10 de maio deste ano, tem sido alvo de tentativa de perseguição por parte de algumas pessoas que tentam manchar o nome dela, relacionando-o a fatos e declarações que ela considera negativos e mentirosos.
No documento, Amanda Saldanha ensina que o exercício da advocacia só se justifica para pessoas equilibradas. Para ela, o verdadeiro advogado é aquele que estuda e leva a sério sua profissão, que pensa positivamente os passos a serem dados, trabalhando de forma salutar para a consecução de seus objetivos, como preconiza Eduardo Couture nos “Dez mandamentos do advogado”.
“Expresso o meu absoluto repúdio aos atos e declarações manifestados perante a imprensa pelo defensor de Grasiella Barros de Almeida, formalmente denunciada pelo Ministério Público Estadual, em conjunto com outros denunciados, pelo crime de homicídio qualificado, ocultação de cadáver da vítima Ana Karina Matos Guimarães”, reza trecho documento.
Sem citar o nome do advogado defensor de Grasiella Almeida, Amanda Saldanha escreveu que o causídico usou de artifícios que não são usuais de um advogado, incitando os meios de comunicação a divulgar matérias que combatem moralmente a pessoa dela, do delegado André Albuquerque, “de saudosa memória”, e do promotor de Justiça Januário Constâncio.
A advogada Amanda Saldanha justifica que o verdadeiro advogado é aquele que luta, mas luta num bom combate, luta pelo direito, optando sempre pela justiça. “O verdadeiro advogado é leal para com o seu cliente, sem perder a sua dignidade. Ser um profissional da advocacia indigno mancha a profissão”.
Segundo ela, o advogado dos acusados envolvidos na morte de Ana Karina “entrou judicialmente com pedidos para calar a imprensa e tal intenção foi plenamente rechaçada pela justiça”. Ela sustenta que não há segredo de justiça neste caso.
Na sua avaliação, tentar calar a imprensa à força seria a substituição da razão pela agressão, o que, obviamente, não pode prevalecer sobre o direito, tampouco ser tolerado no estado democrático de direito, sob pena de retroagirmos à era das cavernas, das masmorras, da ditadura.
“O saudoso delegado dr. André Albuquerque teve sua vida interrompida de forma trágica, sendo para todos nós uma perda irreparável, lamentável, deixando uma lacuna ímpar. Todavia, o trabalho realizado com plena excelência ele não levou, deixando a missão cumprida com louvor”, escreve Amanda Saldanha, acrescentando que o delegado André, “um profissional extremamente sério e competente, foi alvo das declarações ferinas do advogado”.
Para Amanda Saldanha, a beleza da advocacia é que o advogado é um defensor por natureza. “Qualquer crime pode ser defendido com dignidade, até aqueles que provocam arrepios pela barbaridade com que são cometidos. O que não deve causar arrepios é a forma com que se defende uma pessoa. Um ato criminoso sendo bárbaro não quer dizer que o defensor do agente também seja um. O defensor do criminoso não pode se igualar ao criminoso”.
Noutro trecho do documento, a advogada cita que “a razão diz que não se pode tirar a vida de uma jovem grávida de nove meses, prestes a trazer ao mundo uma nova vida, ocultar seu cadáver e seu filho, impunemente. O mínimo que posso fazer é trabalhar para que os acusados por esse bárbaro crime respondam criminalmente por seus atos”. (Waldyr Silva, no Jornal Correio do Tocantins)
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