Adalberto Luis Val (pesquisador), dom Alcimar Caldas Magalhães (bispo) e Zeneida Lima (escritora). Um dos três nortistas irá se tornar imortal e dará nome a uma das espécies botânicas recém-descobertas pela Vale em sua reserva ambiental, em Linhares (ES).
A iniciativa faz parte do Prêmio Brasileiro Imortal, que escolherá pelo voto popular seis figuras ilustres de todo o Brasil para batizar as espécies, sendo uma de cada região e uma pessoa de representatividade nacional.
A votação já está aberta. Basta entrar no site www.brasileiroimortal.com.br e deixar o voto para aquele que, em sua avaliação, tiver realizado atividades nas áreas social e ambiental que tenham real importância para o desenvolvimento do país.
Em todo o Brasil, são 18 finalistas. Considerando que o biólogo José Márcio Ayres, de Belém (PA), também está na disputa na Categoria Nacional, a Região Norte concorre com quatro indicados.
Os candidatos foram escolhidos por uma Comissão de Especialistas, formada por pessoas que atuam na área de sustentabilidade, levando em conta a contribuição ao país das atividades realizadas pelos indicados nas áreas social e ambiental.
O principal critério adotado pela Comissão para a escolha dos nomes é que sejam brasileiros representativos, cujas atividades nas áreas social e ambiental tenham real importância para o desenvolvimento do país.
Com o prêmio, a Vale pretende dar visibilidade às suas ações sustentáveis, em especial, ao trabalho desenvolvido na Reserva Natural, localizada em Linhares, no norte do Espírito Santo. Desde que a empresa adquiriu a reserva, nos anos 50, já foram descobertas 96 espécies da flora brasileira na região.
Confira o perfil dos indicados na Região Norte e na Categoria Nacional:
REGIÃO NORTE
Adalberto Luis Val
Atua como coordenador do Laboratório de Ecofisiologia e Evolução Molecular do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (LEEM/INPA), onde estuda a respiração e as adaptações dos peixes amazônicos às alterações no meio ambiente. O trabalho é realizado desde 1981 e visa a estudar tanto as modificações causadas pelo homem quanto aquelas de origem natural. Com pós-doutorado na Universidade da Colúmbia Britânica (Canadá), ele participou de mais de 100 trabalhos publicados em periódicos nacionais e estrangeiros, além de mais de 20 capítulos de livros e dez livros.
O nome do pesquisador foi incluído, em 2000, na Inglaterra, na Legião de Honra da American Fisheries Society, Physiology Section, por sua contribuição cientifica. Pelo mesmo motivo, em 2002, recebeu a Comenda da Ordem Nacional do Mérito Científico, e em 2004, o “Award of Excellence” da sessão de Fisiologia da American Fisheries Society. É membro titular da Academia Brasileira de Ciências.
Dom Alcimar Caldas Magalhães
Nascido no Igarapé de Ourique, no município de Benjamin Constant (AM), dom Alcimar trabalha com comunidades carentes incentivando segurança alimentar e agroextrativismo, com enfoque em sustentabilidade, na região do Alto Solimões. Estruturou vários empreendimentos ambientais, incluindo laboratório de sementes para preservação de espécies nativas e transferência de tecnologia para cultivos consorciados, para evitar a extrema fome e pobreza naquela região. As comunidades indígenas vêm sendo incentivadas por dom Alcimar ao plantio de madeiráveis, pomares e a empreendimentos agrícolas para evitar o abandono das comunidades indígenas da região. Tem feito um trabalho em quatro grandes áreas de cultivos consorciados e disponibilizado estes conhecimentos para a comunidade. Seus 35 anos de trabalho beneficiaram mais de 60 mil pessoas no Alto Solimões.
Zeneida Lima
Escritora e poetisa, Zeneida é autora do livro “O mundo místico dos Caruanas da Ilha do Marajó”, adaptada por Tizuka Yamasaki para o cinema. Ainda menina, aos 11 anos foi sagrada pajé, com a missão de salvar a natureza e transmitir seus ensinamentos sobre as riquezas e milagres produzidos pela biodiversidade da Amazônia. Hoje, é a sacerdotisa dos saberes e mistérios da crença cabocla de origem indígena. Mantém uma ONG, batizada de Caruanas do Marajó Cultura e Ecologia, que cuida da educação fundamental e ambiental de 300 crianças do Soure, um dos 16 municípios que formam o arquipélago da Ilha de Marajó. Zeneida usa a escrita voltada para o público infanto-juvenil, para cultivar desde cedo os benefícios e a importância da preservação do meio ambiente.
CATEGORIA NACIONAL
José Hamilton Ribeiro
Paulista de Santa Rosa do Viterbo, 72 anos de idade e 52 de profissão, José Hamilton Ribeiro se considera um repórter por vocação. Por causa de sua obstinação pela notícia, conquistou vários prêmios, acumulando, entre outros, sete prêmios Esso de Reportagem, o Prêmio Personalidade da Comunicação 1999 e o título de “rosto do jornalismo brasileiro”, conferido pela revista Ícaro no ano passado. Passou pelas redações das revistas Realidade e Quatro Rodas, da Folha de S. Paulo e dos programas “Globo Repórter”, “Fantástico” e “Globo Rural”.
José Márcio Ayres
Nasceu em Belém e tornou-se um dos cientistas brasileiros mais respeitados e premiados na área de Conservação da Biodiversidade. Iniciou seus estudos no Núcleo Pedagógico da UFPA. Formou-se pela Universidade de São Paulo e logo após ingressou no curso de mestrado em Ecologia do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA). Estudando a socioecologia do Cuxiú-Preto na Região Norte de Mato Grosso e no Pará, deparou-se com as grandes ameaças à imensa floresta, e assim, o cientista encontrou o que seria seu principal objetivo: criar e gerir unidades de conservação em áreas ecologicamente importantes para promover a preservação da biodiversidade brasileira.
O biólogo foi diretamente responsável pela criação da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, a primeira no Brasil, que, juntamente com a Reserva Amanã, compõe mais de três milhões de hectares de floresta tropical protegidos.
Paulo Nogueira Neto
Biólogo e conservacionista de renome internacional, Paulo Nogueira Neto foi o primeiro secretário Especial do Meio Ambiente do Governo Federal e criou 3,2 milhões de hectares de áreas preservadas, distribuídas em 23 estações e reservas ecológicas por todo o país. Ao sair da SEMA, foi secretário de Meio Ambiente do Distrito Federal, onde teve a oportunidade de criar a Área de Proteção Ambiental de Cafuringa. De 1983 a 1987, foi membro da Comissão Bruntland para o Meio Ambiente e Desenvolvimento das Nações Unidas, como um dos dois representantes da América Latina. Foi duas vezes eleito vice-presidente do programa “O Homem e a Biosfera”, da UNESCO.
Em 1981, recebeu o Prêmio Paul Getty e o Prêmio Duke of Edinburgh, da WWF International - World Wildlife Fund of Nature. Também foi um dos fundadores do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), ao qual pertence até hoje, como representante de organização não governamental. Foi responsável pela criação de pelo menos 26 estações e reservas ecológicas. No momento, além de membro do Conselho de Administração da CETESB, acumula ainda as funções de vice-presidente no Brasil do WWF e da Fundação SOS Mata Atlântica.
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