terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Renúncia de Fidel Castro ainda repercute

Depois de quase 50 anos no poder, o líder cubano Fidel Castro (foto) renunciou nesta terça-feira (19) aos cargos de presidente e comandante das Forças Armadas de Cuba.
Em artigo publicado no jornal do Partido Comunista, "Granma", Fidel afirmou que não vai mais voltar ao poder. Seu irmão Raúl Castro, que assumiu o cargo após o afastamento de Fidel, em julho de 2006, continuará na presidência até que a Assembléia Nacional, eleita em janeiro último, escolha o sucessor oficial de Fidel.
Os deputados terão 45 dias para anunciar a decisão, embora a permanência de Raúl seja o mais provável, segundo analistas.
Reeleito para o Parlamento em janeiro deste ano, Fidel assegurou em seu artigo que não aceitará um novo mandato como presidente do Conselho de Estado e comandante-em-chefe do país quando a Assembléia Nacional se reunisse no próximo dia 24 para a escolha.
Aos 81 anos, Fidel - que não aparece em público há 19 meses, desde que passou por uma cirurgia no estômago - alegou razões de saúde para se afastar do comando da ilha.

Comentários
Tarso Genro, Ministro da Justiça do Brasil - Deve ser observado o respeito à integridade do processo político cubano. O princípio da não-interferência e o consenso de que os cubanos saberão arbitrar seu próprio destino. Qualquer interferência externa, arbitrária e intolerante ou autoritária em um processo como o cubano efetivamente não ajuda.
George W. Bush, presidente dos EUA - Acredito que a mudança sinaliza em direção a uma transição democrática. Os EUA estão prontos a ajudar o povo cubano a alcançar as bênçãos da liberdade.
Gordon Brown, primeiro-ministro do Reino Unido - Desejamos que com a renúncia um novo caminho amplie a democracia no país.
Jean Pierre-Jouyet, ministro da França na União Européia - Um novo caminho se abrirá para a democracia.
Trinidad Jimenez, ministra da Espanha para a América Latina - A partir de agora, o presidente Raúl Castro pode desenvolver melhor o projeto de reformas que ele próprio tem divulgado. Acredito que ele iniciará as ações que tornarão a reforma realidade.
Gennady Zyuganov, chefe do Partido Comunista Russo - É uma decisão corajosa; e Fidel Castro ao tomá-la, tenho certeza, levou em consideração os interesses do país e do povo cubano.
Louis Michel, porta-voz da comissão de ajuda da União Européia - Reiteramos nosso desejo de engajar Cuba num diálogo construtivo.
Peter Kornbluh, diretor do Arquivo de Segurança Nacional, Washington, DC - Castro viveu não somente para ver a institucionalização da revolução que ele liderou, mas a passagem pacífica de poder para outra geração.

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