Fotos: Waldyr Silva
Centenas de trabalhadores do Consórcio Multserv, que presta serviço para a mineradora Vale, interditaram no início do dia de ontem (sexta-feira) a portaria de acesso a Carajás, em Parauapebas, provocando grandes filas de veículos, a maioria formada por ônibus que transportam operários prestadores de serviço nas minas de Carajás, além de proporcionar grandes engarrafamentos no centro da cidade, em razão da quantidade de carros estacionados ao longo das ruas E e F e rodovia PA 275.
Esta não foi a primeira vez que operários interditam a portaria de acesso a Carajás, reivindicando melhorias trabalhistas e provocando transtornos para quem quer subir ou descer a serra, e aborrecimentos a quem mora na cidade e precisa se deslocar para outros bairros.
No dia 2 de março deste ano, trabalhadores do Consórcio Camter Paranasa, que presta serviço para a mineradora Vale, realizaram, no período das 6 às 9 horas, manifestação e interditaram a portaria que dá acesso à Serra de Carajás, para protestar contra a falta de pagamento do salário e de horas extras.
Em 4 de junho, operários que trabalham na empresa Consórcio Nova Usina fizeram protesto semelhante, exigindo melhorias no plano de saúde e na cesta básica, aumento de hora in itineres (percurso em que os operários ficam em ônibus entre a residência e o local de trabalho, em Carajás), melhores condições de trabalho, reajuste no salário base da categoria, entre outros itens.
Vinte dias depois, portanto, dia 14/06/12, a interdição da portaria de acesso a Carajás foi liderada por trabalhadores da empresa UTC Engenharia, que exigiam dos patrões a mesma pauta apresentada pelos funcionários do Consórcio Nova Usina.
Na interdição desta sexta-feira (16), das 6 às 10h40 da manhã, de acordo com a trabalhadora Ildene dos Anjos Almeida, os operários exigiam reajuste de R$ 115,00 para R$ 300,00 de cesta básica, plano de saúde integral para os dependentes dos trabalhadores e pagamento das horas in itineres.
O trabalhador Leones Paz Cravo acrescenta que a categoria está reivindicando, também, reajuste do salário-base dos atuais R$ 659,00 para R$ 1.000,00, entre outras vantagens sociais.
Um batalhão da Polícia Militar, sob o comando do capitão Aquino, foi chamado ao local para convencer aos trabalhadores a desobstruírem o bloqueio e liberar o tráfego dos veículos nos dois sentidos.
Enquanto os trabalhadores ouviam o oficial da PM, representantes do Consórcio Multserv e do sindicato da categoria, numa sala a portas fechadas, prometeram atender parte da reivindicação, a partir desta segunda-feira (19), mas os manifestantes teriam que liberar o tráfego e seguirem para seus postos de serviço. Mesmo desconfiando da promessa, a proposta foi aceita pelos trabalhadores.
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