quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Pacientes denunciam falta de médicos na emergência do HMP

Fotos: Ronaldo Modesto

Dezenas de pessoas que na manhã de quarta-feira (24) procuraram o setor de emergência do hospital municipal de Parauapebas (HMP), no Bairro Primavera, entraram em contato com este veículo de comunicação para denunciar a falta de médicos naquela casa de saúde pública.

No momento em que a equipe de reportagem esteve no local, para checar a denúncia, era grande a movimentação de pessoas adultas e crianças na recepção e no balcão de triagem da emergência em busca de atendimento médico, mas a maioria era dispensada, por falta de médicos.

O agricultor Valdivino de Oliveira Castro, 56 anos, residente no PA Brasil Novo, localizado a 55 quilômetros do centro de Parauapebas, revelou à reportagem que há dois dias tentava conseguir uma ficha para a irmã dele, mas até a manhã de ontem (24) não tinha conseguido.

“Nestes dois dias que estamos por aqui, temos visto muitas pessoas revoltadas voltando para casa sem receber tratamento, por causa da falta de médicos”, declarou Valdivino Castro, adicionando que se até meio-dia a irmã dele não fosse atendida, com exames de raio-x, os dois estariam retornando para a zona rural.

Leide Silva, 27 anos, técnica em eletrônica, residente no Bairro da Paz, Parauapebas, declarou a este Jornal que na triagem da recepção do hospital foi informada que na manhã de ontem (quarta-feira) só havia um médico de plantão para atender apenas os casos mais emergenciais, como crianças. pessoas idosas e vítimas de acidentes com fraturas.

A senhorita Maria Gorete de Morais, 18 anos, estudante, residente no Bairro Betânia, informou que estava na emergência desde as 6h40 com fortes dores de cabeça e com febre, mas até as 10 horas de ontem não tinha sido atendida, segundo ela, “porque os médicos estão de greve”.

SECRETÁRIO
Procurado pela reportagem, o secretário municipal de Saúde, Alex Pamplona Ohana, descartou que os médicos do município estivessem em estado de greve. De acordo com o secretário, a dificuldade do setor de emergência do HMP para atender a toda demanda surgiu em decorrência do período de transição da administração do hospital municipal, após o encerramento do contrato com a Oscip Bem Viver.

Alex Ohana explica que, com o encerramento do contrato com a Bem Viver, a prefeitura celebrou convênio com a Universidade Federal do Pará (UFPA), por meio da Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (Fadesp), para assumir o gerenciamento do HMP e capacitar os servidores para assumirem a nova casa de saúde pública, a partir de janeiro de 2013.

“Por esta situação, estamos fazendo a triagem dos pacientes e encaminhando os casos mais simples para os postos de saúde mais próximos de suas residências, enquanto que os casos de maior complexidade são atendidos no próprio hospital municipal”, explica o secretário, assegurando que não há falta de médicos na unidade de saúde. (Ronaldo Modesto/Waldyr Silva)

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