sábado, 27 de outubro de 2012

Moradores de áreas de risco pressionam prefeitura para liberação de lotes e kits

Ronaldo Modesto
Já virou rotina a presença de movimentos populares na Prefeitura de Parauapebas reivindicando moradia digna para as famílias que moram ou moravam em áreas de riscos e foram remanejadas para barracões improvisados, com a promessa de receber lotes urbanizados em áreas seguras e estruturadas.

Na manhã da última quarta-feira (24), dezenas de famílias que moravam em áreas de risco dos Bairros Riacho Doce, Chácara das Nuvens e da invasão da WTorre, em companhia dos abrigados do galpão da Usimig, realizaram uma manifestação com apitaço na frente e dentro do prédio da prefeitura, reivindicando a liberação dos lotes urbanos prometidos pelo governo municipal, kits de material para construção do imóvel e títulos definitivos de terrenos.

Os manifestantes fizeram muito barulho dentro e fora do prédio da prefeitura, das 8 às 11 horas, munidos de apitos e faixas com dizeres exigindo os benefícios. Foi preciso a intervenção da polícia para que os populares desobstruíssem a pista de acesso ao Centro Administrativo da Prefeitura, onde ficam o gabinete do prefeito e outras secretarias, entre estas e de Habitação.

Segundo Lucinei Alves da Silva, o objetivo da manifestação era pressionar o prefeito a receber uma comissão de moradores para cobrar a entrega prometida dos lotes urbanos e dos kits de material para construção. “A situação está precária, pois não temos para onde ir. O prefeito não entregou os lotes e nem os kits, e o período chuvoso já está chegando”, lamenta o manifestante...

Por seu turno, Ângela Lúcia, líder do movimento, ratifica que o pessoal voltou à prefeitura para cobrar do prefeito os kits de material para construção que ele prometeu entregar após as eleições para as famílias vítimas de enchente, mas até agora isso não aconteceu.

“Como o candidato dele (prefeito) não ganhou as eleições, Darci agora não quer mais receber a gente, demonstrando ira em palavras e comportamento, e até o momento não recebemos nada”, afirma a dona de casa.

Antônio de Jesus Nascimento, que se encontra abrigado no barracão da Usimig, denuncia que as famílias alojadas naquele espaço não estão recebendo mais as cestas básicas, nem acompanhamento médico. “Estamos há dois anos abandonados, recebendo somente promessa do prefeito, com algumas crianças doentes devido a situação de insalubridade do barracão”.

NOTA DA PREFEITURA
Em nota distribuída à imprensa, a Prefeitura de Parauapebas informa que o processo para a entrega dos lotes urbanizados está ocorrendo normalmente e todos os beneficiados pelo programa que já pagaram o valor correspondente a 1% do total do lote têm a garantia de recebimento dos imóveis.

Segundo a nota, os lotes serão entregues coletivamente em dezembro de 2012, conforme previsto, quando a empresa contratada entregará o residencial completo, com água, energia e esgoto. “As obras do Bairro Ipiranga I já estão concluídas e as dos bairros Tropical I e II estão em andamento”.

Quanto aos kits de material, o documento diz que a prefeitura ainda continua impedida legalmente de realizar a entrega este ano, já que a vigência da vedação eleitoral vai até o final de 2012 e não se restringe, nesse caso, à realização das eleições. “No entanto, a Secretaria Municipal de Habitação está movendo esforços para tentar reverter a situação junto ao Ministério Público”, diz trecho da nota. (Ronaldo Modesto/Waldyr Silva)

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