segunda-feira, 3 de setembro de 2018

NOTA DE REPÚDIO DA APAMA

É com muita tristeza que mais uma vez a história se repete. As cavalgadas já viraram tradição em nossa região, mas o que pouca gente sabe é que há uma “tradição dentro da tradição”.

Dentro de cada cavalgada há a tradição dos maus tratos, da tortura, da judiação e da humilhação, e que muitas vezes resulta em abandono e morte de animal.

O caso mais emblemático dessa situação horrenda é o de uma égua que se rendeu à exaustão às margens da Rodovia PA 275, próximo ao supermercado Hiper Sena, Bairro Beira Rio, agonizando desde o início da cavalgada deste sábado (1°). Quer mais um detalhe assombroso? A égua foi levada grávida para a cavalgada!

Os órgãos públicos dos 3 poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário) das 3 esferas (municipal, estadual e federal) precisam agir preventivamente para evitar que cenas como essa aconteçam por todo o Brasil.

No caso de Parauapebas, pedimos encarecidamente que a Câmara Municipal, a Prefeitura, a Justiça, o Ministério Público, a OAB, a Polícia Civil e a sociedade de modo geral tenham um forte diálogo com o Sindicato dos Produtores Rurais (Siproduz) para que haja uma normativa sobre a participação dos animais em eventos como esse.

Somos a favor das atividades culturais, desde que sejam respeitados a dignidade e o bem estar dos animais.

Eles são retirados das fazendas na noite anterior ao evento. A maioria fica sem água e sem comida até voltar à fazenda, após um dia inteiro satisfazendo as vontades dos participantes, andando por um trajeto de mais de 10 km. Os animais ficam estressados com a música alta, com as buzinas dos carros, com os foguetes, com as centenas de tapas, esporadas e chicotadas que levam do início ao fim da cavalgada.

A Apama roga que o poder público tome as providências necessárias para socorrer essa égua, que até o início da tarde deste domingo (2) ainda se encontrava em via pública.

A Apama informa que já prestou os primeiros socorros à égua. Ela foi medicada e agora já consegue ficar de pé, mas ainda se encontra muito fraca.

Agradecemos ao médico veterinário Carlos Alberto Pacola, da Clínica 4 Patas, que atendeu ao nosso pedido e socorreu o animal.

Agradecemos, ainda, a todas as pessoas que se mobilizaram e se manifestaram nas redes sociais e no local do ocorrido a favor da proteção dos animais.

Diante de tudo isso, a Apama pede que:

O trajeto da cavalgada seja reduzido;
não sejam puxadas carroças, charretes e similares pelos animais;
os donos e/ou responsáveis pelos animais sejam previamente identificados e cadastrados, assim como a devida identificação do sítio, chácara ou fazenda de origem do animal, respeitando as devidas exigências sanitárias;
o transporte dos animais, tanto no trajeto de ida como de volta, seja feito em condições adequadas;
sejam designados veterinários para avaliar os animais logo no local de desembarque, antes do início e no final do evento;
sejam disponibilizadas água e comida em abundância na concentração, em pontos intermediários e no final do percurso;
•     seja feito em horário adequado, onde o sol e o calor escaldante não prejudiquem o bem estar do animal;
sejam aplicadas todas as multas e sanções, na forma mais rigorosa da lei, para os que cometerem crimes contra os animais.

Parauapebas, 2 de setembro de 2018

Byancka de Lavor
Presidente da Associação dos Amigos Protetores dos Animais e do Meio Ambiente (Apama)

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