terça-feira, 15 de maio de 2007

Produtores rurais se mobilizam para solucionar problema de invasões de terras

Centenas de produtores rurais estão mobilizadas para solucionar os problemas causados pelas freqüentes invasões de propriedades rurais na região. Semana passada, em Marabá, representantes da Federação de Agricultura do Estado do Pará (Fetagri) e dos sindicatos rurais de Parauapebas, Curionópolis e Itupiranga estiveram reunidos com representantes da Vara Agrária e do Incra.
A reunião foi conduzida pelo juiz Líbio Araújo Moura, que demonstrou grande preocupação com as recentes manifestações realizadas tanto pelo Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) quanto por produtores rurais.
“Estamos preocupados com um possível acirramento dos dois lados e que esses movimentos possam desencadear grandes conflitos. Por isso, fizemos a reunião com os produtores com o objetivo de discutir, dentro da legalidade, soluções. Queremos tentar resolver o problema da melhor forma possível e não com medidas paliativas que não têm solução prática. Temos que ter ação efetiva e os sindicatos rurais podem nos auxiliar nisso”, ressaltou o juiz.
Líbio Moura afirmou que não existe demora no julgamento dos processos de reintegração de posse das propriedades, o que existe é a demora no efetivo cumprimento da liminar, algo que não depende da Vara Agrária e sim do poder executivo.
“A reunião também teve essa finalidade de mostrar para os produtores que enquanto instituição eles são mais fortes do que cada produtor isoladamente e que unidos podem cobrar do executivo o cumprimento desses processos”, explicou o magistrado.
União
Agnaldo Ávila de Brito, presidente eleito do Sindicato dos Produtores Rurais de Parauapebas (Siproduz), agradeceu o espaço aberto pela instituição agrária e concordou com o juiz no sentido do poder que a classe produtiva pode ter se estiver unida.
“A reunião foi um alerta para nós, pois precisamos nos organizar mais como entidade. É por meio das entidades que podemos nos fortalecer e buscar esse respaldo que está faltando. Pelo que entendi, o juiz está despachando todos os processos, porém estes não seguem para frente em função da falta de ação do Poder Executivo. De uma forma indireta, ele pediu para que a classe, por meio de suas organizações, busque o apoio do Executivo para fazer as mudanças que são necessárias. E é justamente isso que estamos fazendo”, ponderou.
Na reunião com o Incra, os sindicatos dos produtores estiveram com Ernesto Rodrigues, superintendente adjunto do Incra. O órgão fundiário demonstrou que está quase impossível conter a ações do MST, chegando a propor para os produtores negociarem as terras para a implantação de assentamentos. Mas os produtores pontuaram que alguma coisa deve ser feita pelo órgão para conscientizar o movimento de que não se pode invadir e tão pouco espoliar as propriedades.
“Entendemos que há um problema social grave e que essas famílias precisam ser amparadas, mas também é preciso que nos entendam e vejam que não somos culpados por esse problema e também somos vítimas nessa história. Muitos produtores estão em dia com sua função social, que diz respeito à produtividade de suas terras, qualidade de vida nas relações de trabalho, respeito ao meio ambiente, entre outros quesitos, contudo estão tendo as propriedades invadidas e espoliadas. Além disso, recebem constantes ameaças de morte. Aguardamos ação e apoio do poder público para a solução desse impasse, que tem gerado prejuízos incalculáveis para o setor produtivo”, declarou Diogo Naves, vice-presidente da Faepa e presidente da Comissão Estadual de Assuntos Fundiários. (Fabiana Gomes)

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