No dia 7 de abril, é comemorado o Dia do Jornalista, e a Scritta gostaria de deixar seus sinceros parabéns a esses profissionais que vivem para informar! Neste ano e já há algum tempo, pode-se dizer que o jornalismo se encontra no meio de um furacão, entre as oportunidades e os desafios que a profissão faz face a revolução digital pela qual passamos.
Durante séculos, o jornalismo passeou por diversas mídias. Desde o seu surgimento, fruto da invenção da imprensa, com os primeiros jornais e revistas do século XVII, passando para o rádio e a televisão no século XX. A cada novo ciclo tecnológico, uma nova forma de lidar com a notícia e informar.
Contudo, na última década, com o boom da internet, as mídias, em vez de conviverem lado a lado, passaram a convergir-se. Gradativamente, texto, áudio e imagem foram ocupando a rede mundial de computadores. A nova mídia internet abraçou e engoliu todas as suas antecessoras, provocando mudanças profundas no meio jornalístico e cultural.
Em 2009, a circulação dos maiores jornais brasileiros recuou 7%, segundo o Instituto Verificador de Circulação, seguindo uma tendência mundial. Recentemente, a imprensa francesa noticiou que em 20 anos a circulação diária de jornais no país caiu pela metade. Brasil e EUA têm números semelhantes.
Para este ano, nos EUA, o Instituto de Pesquisas Outsell prevê que os gastos com publicidade em mídias online superem os com publicidade impressa pela primeira vez. A ZenithOptmedia, da Inglaterra, indica que a publicidade online superará também a da televisão já em 2012. A publicidade significa sustentabilidade financeira em qualquer mídia.
Nesse contexto, cabe a pergunta: qual é o futuro do jornalismo no século XXI?
Felizmente, as crises também trazem oportunidades. Ao mesmo tempo em que a internet pode estar asfixiando os jornais, ela dá oportunidades para que novas figuras surjam. Afinal, nesses tempos os jornalistas não dependem mais de um veículo para divulgar as notícias. Na verdade, todos podem se tornar produtores e distribuidores de informação na internet.
Exemplos de sucesso não faltam. O site Digestivo Cultural, para nomear apenas um, começou em 1999 como uma newsletter via e-mail e hoje é um portal com mais de um milhão de acessos únicos por mês. A abundância de agências de notícias, de sites “informativos” e de facilidades de acesso às fontes vêm afetando a alma do jornalismo. Todos agora podem ser “jornalistas”.
A própria internet vem abraçando muitos jornalistas, que têm migrado dos jornais para os portais de notícia. Sua atuação é diferente: todos devem ser multimídia. O jornalista do século XXI deve saber produzir textos, gravar podcasts, fotografar e fazer vídeos. As pessoas têm mudado a maneira pela qual acessam as informações, por isso os profissionais das notícias também devem mudar a maneira com que a disponibilizam.
Se alguns pesquisadores acreditam que a maioria dos jornais impressos não sobreviverá por mais de 20 ou 30 anos, outros apontam que os jornais mudarão de característica, deixando de lado o texto informativo e assumindo um caráter mais interpretativo.
O certo é que o grande fiel da balança do jornalismo ‑ em qualquer época e mídia ‑ é e sempre foi o conteúdo. As pessoas podem até serem convencidas a visitarem um site, mas só voltarão a ele e só se tornarão frequentadores dele se este tiver algo a oferecer-lhes em termos de conteúdo. O mesmo mecanismo se aplica aos compradores de jornais e de revistas. Sob esse aspecto, o jornalismo permanece o mesmo.
O jornalismo passa por uma transição que ninguém sabe ao certo aonde chegará. No entanto, os jornalistas não podem esquecer que a divulgação da informação é o coração de sua profissão. Não importa em qual mídia. E por essa missão tão importante é que parabenizamos os jornalistas por seu dia e que desejamos boa sorte a todos nesses tempos de mudança!
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