domingo, 17 de janeiro de 2010

Cirurgia de tórax complexa já é realizada em Parauapebas

Fotos: Waldyr Silva

Cirurgião cardiotorácico Adilson Santana


Dona-de-casa Maria Sandra

O Hospital Santa Terezinha, dentro do projeto para dotar o município e a região de atendimento médico de primeira linha, não só por melhorias físicas (prédio e equipamentos modernos), mas, principalmente, de forma compulsiva, comprometendo-se com a realização de procedimentos de alta complexidade, inaugurou cirurgia de tórax de alto porte, no último dia 6 janeiro, com a realização da primeira timectomia, através da abertura anterior da caixa torácica (esternotomia mediana) para tratamento de miastenia grave (Myasthenia Gravis).

O ato operatório foi realizado por uma equipe coordenada pelo cirurgião cardiotorácico Adilson Santana em uma paciente de 40 anos de idade, com duração de três horas, boa evolução pós-operatória e recebendo alta hospitalar no quinto dia de pós-operatório.

De acordo com o médico Adilson Santana, a miastenia grave é uma doença da junção neuromuscular que causa diminuição do número de receptores pós-sinápticos da acetilcolina na placa motora.

Noutras palavras, a miastenia grave é um distúrbio neuromuscular que se deve, possivelmente, à presença de anticorpos contra a ação de receptores de acetilcolina que exercem funções neuromusculares. O doente apresenta fadiga e exaustão do sistema muscular, de intensidade variável, não se observando, no entanto, atrofia muscular ou distúrbio sensorial.

O cirurgião acrescenta que a prevalência na população geral é de 1/20.000, sendo mais comum no sexo feminino entre 20 e 40 anos de idade. É considerada uma doença auto-imune, pois 70% a 90% dos pacientes miastênicos possuem na circulação anticorpos contra receptores da acetilcolina, que destroem e diminuem o número de receptores colinérgicos.

Segundo ainda Adilson Santana, a doença só atinge os músculos esqueléticos e voluntários e, entre estes, com mais frequência os que apresentam atividade muscular mais contínua, como músculos palpebrais e oculomotores, músculos respiratórios (musculatura intercostal e diafragma), músculos que tomam parte nas expressões fisionômicas, músculos da mastigação e da deglutição. O diagnóstico é baseado fundamentalmente na história clínica e no exame físico.
“Não existe dúvida que o tratamento operatório influencia o curso clínico da miastenia. Devido à boa resposta com a cirurgia, a timectomia (retirada do timo) precoce tem sido reconhecida como procedimento terapêutico de escolha”, explica o cardiologista.

Convém ressaltar que cirurgia desse tipo nunca havia sido realizada em centro fora da capital do estado ou mesmo nas cidades dos estados circunvizinhos, para onde são encaminhados pacientes de Parauapebas.

Dez anos de sofrimento
Procurada pela reportagem ainda no hospital, na última segunda-feira (11), poucas horas antes de receber alta, a dona-de-casa Maria Sandra Guimarães (40 anos, casada, residente na rua 14 nº 341, bairro União) revelou que vinha sofrendo com a doença há cerca de 10 anos, em busca de tratamento em várias cidades, mas sem encontrar solução.

“Mas, graças a Deus, encontrei em Parauapebas, na minha cidade, o dr. Adilson Santana, que fez o diagnóstico e sugeriu a operação, que deu certo, e agora estou na esperança de ficar boa, definitivamente”, declarou Maria Sandra Guimarães, mostrando-se bastante animada para voltar para casa.

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