Esposa de motorista dá sua versão sobre morte de oficial da Polícia Militar

Bom dia!
Sou esposa do motorista e trabalhador, envolvido no incidente com o capitão da PM chamado Farias. Segundo a comunidade local, a versão é a seguinte:

Aconteceu na madrugada de sexta-feira, 30/01/2009. Meu marido, que é motorista de carreta transportadora de minério, funcionário da empresa de transporte Maguary, que presta serviço para a mineradora VALE, cumpria seu horário de trabalho noturno, e durante o percurso que fazia em direção à mina de cobre, o policial que, segundo testemunhas locais, passou o dia todo bebendo em um bar denominado de "Água Boa", localizado na PA, saiu do bar em total estado de embriaguez acompanhado de mais um policial e de adolescentes em um veículo.

Durante uma ultrapassagem do caminhão pelo carro do policial que dirigia em zig-zag e que falava ao celular, praticando uma conduta totalmente irregular conforme as leis de trânsito, quase provocou um acidente. Este mesmo policial, se sentindo ultrajado e com a alma em fúria, ultrapassou o caminhão onde o fechou mais à frente, obrigando meu marido a parar. Porém, este policial que, conforme manifestação populacional, é um mau caráter com postura antiética, comentou ainda dentro do carro, segundo as mocinhas que o acompanhavam, que "iria matar este motorista", desceu com sua arma em punho, discutiu com meu marido e tentou disparar os tiros, que pra sorte de meu marido a arma falhou.

Meu marido, achando estar sendo vítima de bandidos, disparou dois tiros contra o capitão Farias(pois o mesmo estava a paisana, sem identificação e sem camisa), onde veio a falecer na hora.

O outro policial, também em seu momento de fúria, disparou 16 tiros contra meu marido, não sabemos se ele foi atingido, pois até o momento não tenho notícias dele, que correu mata a dentro na tentativa de refugiar-se.

Procurei o Comando Geral de Parauapebas, para pedir a integridade física do meu marido quando for apreendido. Entretanto, procurei a delegacia de Canaã e fui informado que os policiais da PM estariam revoltados e com sede de vingança, declarando que se meu marido aparecer não será com vida.

O que não pode é que o corporativismo da polícia, com sede de vingança desses policiais, possa acabar com a vida de um chefe de família que sempre buscou agir com dignidade, sendo exemplar em seu trabalho e em sua família. Não podendo o mesmo policial ser merecedor de tais qualidades, pois o mesmo possui denúncias junto ao Ministério Público de envolvimento com menores de idade, e o mesmo sempre foi visto pela população como um bandido e não como um policial com função de defensor da cidadania.

O sudeste do Pará não é o fim do mundo, não podemos deixar que o serviço público tome ações que não estejam de acordo com o Código do Direito Civil, pois precisamos de funcionários públicos com ética profissional, e não de marginais!

Deolice Araújo