CRÔNICAS DO PC
Alguns autores já devem ter escrito de várias maneiras, referindo-se ao título acima. Portanto, muito repetitivo, quando se usa novamente. Para mim não importa, pois cabe muito bem dentro da crônica que vou escrever. Explico.
Quero falar de dois personagens, um homem e uma mulher, que supostamente vou chamar de Marcos e Flora. Conheci-os recentemente numa festa saudosista, de quarentões e mais idades, lembrando do tempo da jovem guarda, bossa-nova, de cancioneiros de melodias apaixonadas iguais a Nelson Gonçalves, Cauby Peixoto, Altemar Dutra e dos boleros de sucesso cantados pelo Trio los Panchos.
O momento foi emocionante, porque abriu as páginas do livro do passado, tocando profundamente no sentimento de cada um, alguns com gratas recordações, o amor em foco; outros, lembrando de desamores maltratados, e que deixaram feridas nunca cicatrizadas, que continuam abertas, doendo muito.
Marcos e Flora são pessoas boas, cultas, educadas, ambos em busca da felicidade, que pode ter batido às suas portas, depois de anos de procura, porque um dia se encontraram, conversaram, se entenderam e estão no início de uma vida a dois.
Ela é pedagoga, ministrando aulas de português, matemática e geografia, em três turnos, para ganhar um injusto e sacrificado salário de professor, que mal garante a sobrevivência. Tem todas as características de uma bela mulher. Os olhos são aparentemente verdes, a pele branca, cabelos alourados, boca e lábios perfeitos, que lhes condicionam ter um sorriso encantador. É o tipo de mulher séria, que pode muito bem fazer Marcos encontrar tudo aquilo que procura há muito tempo. Ele bem que o merece.
Na sua vida profissional de conhecido repórter-fotográfico, já viajou parte do mundo fazendo reportagens, adquirindo experiências, que hoje lhe fazem um homem respeitado e seguro.
Marcos e Flora são divorciados. Desde então, à procura de recomeçar nova vida. Acredito que darão certo, pelo simples fato de quererem a felicidade da convivência compartilhada.
Visitei-os, faz poucos dias, num feriado de meio de semana. Observei duas pessoas contentes, felizes, seguindo preceitos que a vida nos oferece, naquela medida igual de reciprocidade conjugada em todas as ações que giram em torno de ambos.
Conversamos bastante a respeito de vários assuntos, não vendo o dia passar. Quando me despedi, à boca da noite, resolvido a regressar para casa, Marcos me entregou uma folha de papel copiada em impressora, me dizendo sem a mínima cerimônia:
Você, meu amigo, é um cara indiscreto e linguarudo. Na certa vai escrever o que ouviu sobre nós. Quero que você insira em seu trabalho o que o filósofo Epicuro disse sobre a felicidade. Vai bater de cara comigo e Flora.
“É preciso meditar sobre as coisas que podem nos trazer a felicidade, porque, na verdade, tendo-a, temos tudo, se não a temos, tudo fazemos para possuí-la. As coisas que sempre aconselhei a ti, coloque-as em prática e medite sobre elas, considerando-as como princípios fundamentais necessários para uma vida feliz”.
“A felicidade é o problema fundamental dos indivíduos”.
Pedro Cláudio de Moura Reis (PC) / E-mail: pcmourareis@yahoo.com.br
sábado, 7 de fevereiro de 2009
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