segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Grupo vai acompanhar outras denúncias de abuso sexual em cadeias do Pará

O grupo interministerial criado para acompanhar o caso da adolescente de 15 anos que ficou presa durante três semanas numa cela com 20 homens em Abaetetuba vai apurar, também, denúncias de abuso sexual contra mulheres em outras cadeias do estado.
Uma das coordenadoras do grupo que se encontra no Pará apurando as investigações, Bete Pereira, declarou que existem denúncias de casos parecidos em Parauapebas e na Ilha de Marajó. Segundo ela, a governadora Ana Júlia Carepa determinou um “pente-fino” nas cadeias do estado.
“Ficamos sabendo de alguns casos pela imprensa. Precisamos saber se são ocorrências passadas ou presentes. O pente-fino que a governadora determinou ontem (25) começa a ser feito a partir de hoje (26) em todos os lugares e, daquilo que a gente conseguir ter pernas para acompanhar, vamos acompanhar”, disse Bete Pereira, acrescentando que será um pente-fino em todas as cadeias públicas do estado para verificar se tem mais algum lugar onde tem alguma mulher.
Segundo Bete Pereira, caso fique constatada a presença de mulheres e crianças em outras cadeias do estado sem condições de detenção separada dos homens, elas deverão ser encaminhadas imediatamente para a capital do estado. “Aqui [em Belém] tem condições de abrigamento decente”, informou.
Pereira afirmou que foram afastados de suas funções todos os acusados de envolvimento no caso, como o policial que cuidava da carceragem, o delegado de plantão e o juiz da comarca de Abaetetuba, e um inquérito foi aberto para apurar responsabilidades. “Tem toda uma rede de pessoas que fizeram coisas erradas. Vamos ver se elas tomaram providências, e se não tomaram, pecaram por omissão”, enfatizou a coordenadora.
Ela afirmou ainda que os presos que dividiram a cela com a adolescente também irão responder pelo crime de abuso sexual e poderão ter suas penas agravadas.
O inquérito administrativo será acompanhado por uma comissão formada pelas secretarias de Justiça e da Mulher, pelo Fórum Nacional de Mulheres e pela seccional do Pará da Ordem dos Advogados do Brasil. (Priscilla Mazenotti, da Agência Brasil)

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