domingo, 17 de maio de 2015

Pílula anticoncepcional completa 55 anos com avanços e menos riscos à saúde

Priscila Capovilla cursava a faculdade e tinha 20 anos quando ficou grávida da filha. A gestação não foi planejada. Por isso, pouco tempo depois do parto a jovem decidiu que não passaria por uma situação como aquela novamente e começou a tomar a pílula anticoncepcional. Após 20 anos, a analista de tecnologia da informação é uma entusiasta do método contraceptivo e garante que manterá o uso até que o desejo de ter outro filho apareça.
“Tive minha filha, mas acabei não ficando com o pai dela. Penso em ter mais filhos, se me casar e tiver alguém para criá-lo comigo. Gostaria de ter pelo menos mais um filho”, disse Priscila. “Acho ótima a possibilidade de planejar. A gente fica mais segura. Uma gravidez indesejada pode complicar muito a vida de uma pessoa”, acrescentou.
A professora Carla Simone Castro, 41 anos, também fez uso da pílula anticoncepcional, mas tem uma história bem diferente para contar. Após seis meses utilizando a medicação, recomendada por uma ginecologista, ela sentiu fortes dores de cabeça seguidas de três acidentes vasculares cerebrais. Como sequela, Carla ficou 60 dias cega, 45 dias sem o movimento dos braços e pernas e com a fala comprometida.
“Nunca tinha usado anticoncepcional. A médica me indicou para diminuir as cólicas. Conversei muito sobre o risco de trombose que continha na bula, mas ela garantiu que, em 20 anos, não teve conhecimento de nenhum caso”, explicou.
Carla Simone enfrentou 67 dias de internação, sendo sete em uma unidade de terapia intensiva. Hoje, menos de um ano depois, ela precisa tomar remédio anticoagulante e tem fístulas no cérebro que podem se romper a qualquer momento.
Casos como o da professora, com mutação genética e um risco aumentado para trombose, são raros, segundo a presidenta da Comissão Nacional de Anticoncepção da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, Marta Finotti.
Ao comentar os 55 anos do surgimento da pílula anticoncepcional, completados esta semana, Marta Finotti lembrou que o medicamento evoluiu muito e que os riscos para as pacientes já foram bem maiores. (Fonte: Agência Brasil)

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