CRÔNICAS DO PC
O Natal se aproxima. A maioria das famílias se prepara para festejar o nascimento do Menino Jesus, uma tradição secular e cristã, de confraternização, fé e esperança nos dias e anos que haverão de vir.
O ponto mais alto dos festejos natalinos é a ceia, quando cada família se reúne entre membros e amigos para saborearem diversas guloseimas, próprias do dia, na era moderna, destacando-se o peru assado.
O costume da ceia vem de muito tempo. Alguns atribuem o ato à última ceia de Jesus Cristo e discípulos. Outros, a costumes medievais europeus de deixar no dia de Natal as portas das casas abertas, um convite para o viajante que chegava, de se aproximar e haver confraternização entre todos.
Aqui entre nós, observam-se as preparações que antecedem o dia 25 de dezembro. As ruas, diferentemente iluminadas, dão um toque diferente, pela beleza e esplendor.
Enfim, no dia 25 de dezembro vai chegar o Natal. Boas festas... Papai Noel alegrando a criançada. Famílias se confraternizando, troca de presentes e tudo é felicidade! Só felicidade? Será verdade?
Para sabermos a resposta, nos deslocamos para a periferia, em visitas a casas de gente pobre. Em três bairros diferentes, visitamos algumas famílias, e nos deparamos com o primeiro lar, que não vai ter Natal.
Trata-se de uma mãe maranhense, recentemente chegada a Parauapebas, com quatro filhos, sem marido, desempregada. Vive de “bicos”, mas passa muita necessidade com os filhos, porque tem dia que não ganha nada.
Sua casa é humilde, em terreno invadido. Os utensílios de uso diário são um banco de madeira, duas trempes de pedra, um pote, três panelas amassadas de alumínio e uma chocolateira de fazer café. Não tem feijão, não tem arroz, não tem farinha, nada para comer. Seu Natal, na certa, será assim, na penúria de fazer dó.
Iguais à maranhense, encontramos outras famílias pobres, necessitadas, de cearenses, alagoanas, sergipanas, baianas, sempre do Nordeste. Será que podem festejar o Natal de panelas vazias?
Pelo menos, de minha parte, estarei com eles. Como tenho visto de tudo neste mundão injusto e ingrato, nada pode ser diferente para mim. E vamos fazer nossa ceia, saboreando uma deliciosa buchada de bode, petisco que o nordestino aprecia.
“Não é a consciência do homem que lhe determina o ser, mas, ao contrário, o seu ser social que lhe determina a consciência”.
Pedro Cláudio M.Reis (PC) / E-mail: pcmourareis@yahoo.com.br
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário