Muito já se falou sobre o internetês, a linguagem da internet, caracterizada por sua informalidade, abreviações, substituições fonéticas (como “c” por “se”, ou “k” por “qu-“) e o uso de sinais iconográficos. No entanto, além da ortografia, a internet tem se configurado como um ambiente de expressão bastante livre e informal, especialmente para quem já nasceu com ela, ou está bem ambientado. O internetês parece ser apenas o código dessa forma de expressão.
O educador norte-americano Marc Prensky, ainda em 2001, cunhou a expressão “digital native” para descrever as pessoas que nasceram na década de 1990, “com o mouse e o celular na mão”. São jovens totalmente integrados às novas possibilidades de interação virtual, seja por meio da internet ou do celular.
Prensky constata que para os “nativos digitais” é mais fácil expressar sentimentos por meio de telas, como Orkut, Facebook, Twitter, blogs, MSN, entre outros. Sua preocupação, como pedagogo, era entender como a escola deveria receber e educar essa nova geração.
Um exemplo desse maior conforto para se expressar na internet é a pesquisa da consultoria Nielsen Online que, solicitada pelo Google, realizou um grande levantamento sobre o comportamento das pessoas com relação ao e-mail.
Quando se trata de assuntos íntimos, por exemplo, 86% dos entrevistados na faixa dos 18 aos 24 anos afirmaram que não viam problemas em resolver questões amorosas por meio de mensagens eletrônicas. Entre os acima de 55 anos, esse número foi de 33%.
Estamos diante de uma geração que tem mais facilidade e, em muitos casos, até prefere se expressar via web. Marc Prensky falava em seus artigos sobre como a educação dos “nativos digitais” era conduzida pelos “imigrantes digitais”, ou seja, aqueles que não nasceram nesse meio, mas que se mudaram para ali tempos mais tarde.
Pesquisas como a da Nielsen Online mostram que o embate entre “nativos digitais” e “imigrantes digitais” deve ser levado em conta não só nas escolas, mas também pelo mercado de trabalho.
A comunicação mediada pelos computadores pode não apenas significar mais comunicação nas empresas, uma comunicação mais eficiente e já documentada, mas também a produção coletiva de conhecimento por meio de sistemas como o Google Docs e Wikis. Os profissionais que hoje estão em cargos de chefia devem estar atentos a esse movimento. (Luciano Valente)
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
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