* Luiz Flávio Gomes – Apesar dos avanços dos últimos
anos, no que tange à violência contra a mulher, levantamento feito Instituto
Avante Brasil apontou que 40 mil mulheres foram vítimas de homicídios no
Brasil, entre 2001 e 2010. Só no ano de 2010, 4,5 entre 100 mil mulheres
perderam suas vidas no país.
Consoante o Instituto Avante Brasil, em 2010, uma
mulher foi vítima de homicídio a cada 1 hora, 57 minutos e 43 segundos. Em
2001, a média era de duas horas, 15 minutos e 29 segundos. O crescimento de
mortes anual, entre 2001 e 2010, foi de 1,85% ao ano.
A mesma projeção aponta que em 2013 deverão ocorrer
4.717 homicídios entre as mulheres brasileiras.
Segundo a Organização das Nações Unidas, cerca de
70% das mulheres sofrerão algum tipo de violência no decorrer de sua vida. E,
de acordo com o Banco Mundial, as mulheres de 15 a 44 anos correm mais risco de
sofrer estupro e violência doméstica do que de câncer, acidentes de carro,
guerra e malária.
Na América do Sul, o Brasil só perde em homicídios
de mulheres para a Colômbia, que registrou, em 2007, uma taxa de 6,2 mortes
para cada 100.000 mulheres. Atrás do Brasil vem a Venezuela, com 3,6 mortes
para cada 100.000 mulheres em 2007, Paraguai que registrou em 2008 1,3 mortes
para cada 100.000 mulheres e o Chile com um homicídio feminino para cada
100.000 mulheres em 2007.
Pesquisa da Organização Mundial da Saúde (OMS) que
traz informações de 2006 a 2010 mostra que, se comparado com alguns países com
dados homogêneos, a diferença é ainda maior: o Brasil ganha da Rússia, que
registrou, em 2009, 7,1 homicídios femininos, mas atrás de países como Estados
Unidos, Japão, França e Reino Unido.
A OMS sugere que existam alguns fatores de risco que
podem ser associados a um indivíduo que pratica um crime contra a integridade
física de uma mulher:
- níveis mais baixos de educação (perpetração da
violência sexual e da experiência de violência sexual);
- exposição a maus-tratos (perpetração e
experiência);
- testemunho de violência familiar (perpetração e
experiência);
- transtorno de personalidade antissocial
(perpetração);
- uso nocivo do álcool (perpetração e experiência);
- ter múltiplos parceiros ou suspeita por seus
parceiros de infidelidade (perpetração), e atitudes que estão aceitando de
desigualdade violência e gênero (perpetração e experiência).
Apesar de todas as campanhas e recomendações das organizações
mundiais contra a violência feminina, o que se vê (no Brasil) são números que
crescem e preocupam a cada dia mais.
O número de estupros no Estado de São Paulo, por
exemplo, ganhou proporções descomunais. O número de vítimas não para de
crescer. Segundo dados da Secretaria de Segurança de São Paulo, o crime de
estupro foi o delito que mais aumentou nos últimos anos no estado. De 2005 a
2012, houve um crescimento médio anual de 19,7%, o que significa uma alarmante
evolução de 230%.
Não basta apenas apresentarmos soluções ou
agravarmos esse tipo de crime. Mais que isso, faz-se necessário que os cidadãos
sejam educados à valorização da vida e do ser humano de um modo geral.
Especialmente no que tange às mulheres, que, por
fazerem parte durante décadas de uma sociedade patriarcal, encontram
dificuldades no momento em que percebem estar sendo vítima do abuso ou da
violência, de denunciar seus opressores, muitas vezes parceiros e membros da
família.
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