O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis (Ibama) assinou semana passada a licença de
operação de dois trechos do linhão de Tucuruí. A autorização libera o início
efetivo de energização e funcionamento da linha de transmissão. Ao todo, a
licença atinge 851 km de extensão. Um primeiro lote, de 506 km, atravessa seis
municípios do Pará, a partir de Tucuruí. Outro lote, de 345 km, parte de
Jurupari, cortando mais sete municípios paraenses. Com esses dois lotes, o
linhão tem praticamente 100% de sua malha de alta tensão (500 kV) pronta para
operar.
Em março, o Ibama já havia concedido licença de
operação para o trecho de 558 quilômetros entre a cidade de Oriximiná (PA) e
Engenheiro Lechuga (AM). Agora, falta apenas uma linha de baixa tensão (230 kV)
para ser emitida pelo órgão ambiental.
A linha de transmissão Tucuruí-Macapá-Manaus vai
permitir a integração dos estados do Amazonas, Amapá e do oeste do Pará ao
chamado Sistema Interligado Nacional (SIN), malha que conecta a transmissão de
energia do país. Com aproximadamente 1.800 quilômetros de extensão total em
tensões de 500 e 230 kV em circuito duplo, o linhão passa por trechos densos de
florestas e cruza o Rio Amazonas.
A malha vai distribuir a energia gerada pela usina
hidrelétrica de Tucuruí, instalada no Rio Tocantins, no município de Tucuruí, a
300 km de Belém. A capacidade instalada da usina é de 8.370 megawatts, o que
faz dela a segunda maior hidrelétrica do país, só atrás da binacional Itaipu.
Ao todo, o linhão de Tucuruí tem previsão de receber
investimentos de R$ 3,5 bilhões. A malha entra em operação com atraso. Leiloado
em 2008, o linhão que corta a região Norte do país enfrentou uma série de
dificuldades de licenciamento, o que fez o seu cronograma de entrega ser
alterado, inicialmente, de outubro de 2011 para dezembro de 2012.
O fato de cortar unidades de conservação ambiental
na Amazônia exigiu que boa parte das torres de transmissão fosse transportada
por helicópteros. Para cruzar o Rio Amazonas, foram usadas torres de até 280
metros de altura, quando tamanho médio dessa estrutura gira entre 80 e 100
metros. (André Borges, Valor Econômico)
Nenhum comentário:
Postar um comentário