terça-feira, 10 de maio de 2011

Parauapebas tem crescimento extraordinário em 23 anos

Fotos: Waldyr Silva/Arquivo

Prédio da antiga prefeitura
Prédio da atual prefeitura

Construção da Praça da Cidadania



Atual Praça da Cidadania


Antiga Rua Curió...
...hoje, Rua do Comércio

Com uma população que hoje ultrapassa a casa dos 180 mil habitantes (oficialmente, 149.411 habitantes, Censo 2010), Parauapebas é uma cidade que vem tendo crescimento inacreditável, e com promessa de crescer ainda mais nos próximos anos, pois o número de projetos minerais que estão para se implantar no município aponta para isto.

Em 1988, quando Parauapebas deu seu grito de independência e se libertou de Marabá, através do processo de emancipação, seu tamanho já era fora do normal para um distrito, pois tinha uma população em torno de 30 mil habitantes.

A própria administração de Marabá via o distrito de uma maneira especial e até respeitosa, pois mantinha aqui um administrador especial que tinha pequenos poderes para solucionar questões mais urgentes.
VALE MANDAVA
A então Companhia Vale do Rio Doce (hoje, Vale), que mantinha o projeto de extração de ferro em Carajás, era a principal responsável pela circulação financeira, de emprego e trabalho que era gerado. Sua presença na estruturação de uma futura cidade era vista na construção do Bairro Cidade Nova, um espaço onde a empresa tinha plenos poderes, determinava e realizava tudo que tinha que ser feito.
Dentro do projeto em construção consistiam os serviços de delegacia de polícia, hospital, escolas, serviço de água, centro comercial, centro administrativo, iluminação, telefonia e muitos outros benefícios que poderiam futuramente transformar a área numa grande cidade planejada.
Entretanto, a maioria das obras desenvolvidas foi destruída por uma revolta de garimpeiros, e com a emancipação a construção passou a ser de responsabilidade da administração pública municipal.
QUATRO BAIRROS
Quando surgiu oficialmente Parauapebas, a localidade contava apenas com os bairros Cidade Nova, Primavera, Rio Verde e União.
A cidade era um amontoado de casas de madeiras espalhadas por todos os lados, e o bairro mais populoso era o Primavera, que abrigava a maioria dos trabalhadores das empreiteiras que montavam seus acampamentos, por estar bem próximo da portaria de acesso a Carajás. Como era praticamente um bairro dormitório, Primavera nunca teve um grande destaque em termo de desenvolvimento.

O Bairro Cidade Nova era a menina dos olhos de todos, pois foi nele que começaram a surgir as primeiras casas de alvenaria e até mesmo um edifício de quatro pavimentos. No entanto, seu crescimento em termo de construção de imóveis foi muito prejudicado, pois, sendo a maioria das áreas pertencentes à Vale, a doação das mesmas passava por um processo bem complicado.
Com a emancipação, a maioria das áreas passou para o domínio do governo municipal, que começou o processo de doação. Muitos que ganharam lotes não tinham o menor interesse de construir, querendo apenas participar da especulação imobiliária. Por incrível que pareça, até hoje existem áreas na Cidade Nova que nunca foram construídas e algumas até mesmo muradas ou cercadas.
RIO VERDE
O bairro onde existia o maior fluxo de gente e que teve crescimento dinâmico foi o Rio Verde, com a então Avenida Curió se transformando num grande conglomerado de pequenos comércios que atendiam a necessidade das pessoas que aqui chegavam atraídas pelo garimpo de Serra Pelada, em Curionópolis, ou mesmo para prestar serviço às empresas contratadas pela Vale. Dentro de pouco tempo a rua perdeu o nome original e passou a denominar-se Rua do Comércio.
A ocupação do Rio Verde foi feita de uma maneira desordenada e sem obedecer praticamente nenhum planejamento urbanístico ou arruamento. Por isso, hoje os problemas estão surgindo e desvalorizando o bairro, que poderia ser um dos mais caros e promissores da cidade. Mesmo tendo edifícios com os mais variados tamanhos e belas construções residenciais, ainda existem no Rio Verde residências e comércios instalados em casa de madeiras.
BAIRRO UNIÃO
O Bairro União surgiu em função da coragem de pessoas que não conseguindo lotes nos três principais bairros da cidade tiveram que se sujeitar a morar no meio de um matagal que dividia Cidade Nova e ia terminar nas margens do rio Parauapebas. Era um local de muita pastagem e ruas foram abertas para doar terreno aos que tinham coragem de morar no local.
Pernilongo, lama, poeira e muitos animais peçonhentos eram o prêmio para os que tinham coragem de morar na baixada do Bairro União. No entanto, o local caiu na graça dos que chegavam e dentro de pouco tempo o bairro já se apresentava como uma grande comunidade.
RUA DO MEIO
Na divisa do Bairro Rio Verde ficava o local mais movimentado da cidade tanto durante o dia como à noite, ou seja, as ruas do Arame e do Meio (hoje Rua Fortaleza), que mantinham o “mercado de vida fácil” com centenas de mulheres, muita música, bebida, comida, dança e violência.
Não era especificamente um bairro, mas uma zona livre, já que a prostituição e a venda de bebida alcoólica no garimpo de Serra Pelada eram proibidas, bem como dentro dos canteiros de obras da Vale do Rio Doce.
Os trabalhadores mais conhecidos como peão de trecho, os garimpeiros, madeireiros e até mesmo grandes empresários viam na “Rua do Meio” um local de muita diversão, pois era um dos poucos lugares onde se podia dançar e beber à vontade, já que no restante da cidade eram poucos os botecos, bares e restaurantes, assim como não existia praticamente nenhum local que oferecesse diversão.
NÚCLEO CARAJÁS
Contrastando com o principal núcleo urbano de Parauapebas, que nascia construída pela força dos que aqui chegavam e precisavam de moradia, usando para isso pau a pique, barro e madeira, no alto da Serra de Carajás apareciam as residências suntuosas com casas pré-moldadas de madeira e algumas de alvenaria, além de locais como hospital, lojas, supermercados, restaurantes, cinema, ruas asfaltadas e bem ajardinadas para abrigar os que trabalhavam diretamente para a Vale.
A situação chegou ao ponto de Carajás, que tinha dois núcleos residenciais chamados a N4 e N5, ficar conhecida como Suíça, enquanto Parauapebas seria a Bósnia, país arrasado pela União Soviética, na época. (Waldyr Silva/Zinho Bento/CT)

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