quinta-feira, 5 de maio de 2011

Desconhecidos cortam orelhas de ‘pés-inchados’

Fotos: Waldyr Silva





Três indivíduos desconhecidos cortaram de faca as orelhas de quatro homens alcoólatras, popularmente conhecidos por “pés-inchados”, que se encontravam dormindo na calçada de um dos galpões da Feira do Produtor, Bairro Cidade Nova, em Parauapebas, onde eles se reúnem e vivem ingerindo bebida alcoólica.

O crime ocorreu por volta das 22 horas da última terça-feira (2), mas até o fechamento desta matéria as vítimas não tinham registrado Boletim de Ocorrência na delegacia de polícia.

A reportagem do CORREIO DO TOCANTINS esteve no local para ouvir a queixa das vítimas e sentir a situação deprimente em que eles vivem. De acordo com Raimundo Adriano Menezes, os três agressores chegaram num veículo que ele não soube descrever, desceram do carro e começaram a agredir os alcoólatras, que se encontravam dormindo na calçada do galpão onde eles “moram”, passam o dia bebendo e dormem, revirando os bolsos deles. “Como não encontraram nada de valor, os homens se irritaram e cortaram as orelhas de uns quatro colegas nossos”, explica Raimundo Adriano.

As vítimas foram José Ribamar Mendes, conhecido por “Severino”; João Carlos da Silva Matos, Martinho Alves Feitosa e outra pessoa não identificada pelos colegas alcoólatras. No mês de novembro do ano passado, Nelson Ferreira foi golpeado com facão na parte traseira do pescoço por um desconhecido, quando ele se encontrava tomando umas com os colegas de cachaça, em plena tarde.

A cerca de 300 metros do local onde ficam os alcoólatras, foi encontrada no chão ao lado da bainha uma faca suja de sangue que provavelmente seria a arma usada pelos agressores que cortaram as orelhas das vítimas.

PRECARIEDADE
A situação em que os “pés-inchados” vivem abandonados pela sorte na calçada de um galpão é muito precária. Ali mesmo eles bebem cachaça, produzem alimentos, fazem necessidades fisiológicas e dormem.

Segundo uma comerciante que pediu para não ser identificada, diariamente há confusão entre eles, muitas vezes com agressões físicas, pronunciam palavrões, fazem necessidades fisiológicas na frente de todo mundo e a presença de pessoas que usam outros tipos de drogas.

O governo municipal, por meio de uma associação de pastores, adquiriu uma área na zona rural, nas proximidades da Vila Palmares II, para receber e cuidar das pessoas viciadas em álcool e outros tipos de drogas, mas muitas delas, quando concordam em ir à chácara, escapam do local e voltam a ingerir bebida alcoólica, vivendo nas promiscuidades do lado de fora do galpão da Feira do Produtor. (Waldyr Silva/Correio do Tocantins)

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