Waldyr Silva
O encontro do presidente Lula com o diretor-presidente da Vale, Roger Agnelli (foto), previsto para a tarde desta segunda-feira (19), no escritório da presidência da República, em São Paulo, deve servir para apaziguar o clima de constrangimento entre os dois. Só que o governo continua insatisfeito. O descontentamento não se restringe à mineradora. Ele se estende também ao setor siderúrgico. É que, no entendimento do Planalto, as empresas do setor praticam um "capitalismo medíocre", voltado exclusivamente para o lucro e sem visão estratégica, o que acaba contrariando o interesse nacional, admitiu um assessor de Lula.
Ainda segundo este assessor, o governo estaria convencido de que, para mudar esta situação, é necessário intervir no planejamento estratégico das siderúrgicas. E, apesar dos desentendimentos recentes entre Lula e Agnelli, nos bastidores, os auxiliares do presidente consideram que a Vale nem é o problema central, diante da postura "predadora" das siderúrgicas. Mas, na condição de maior mineradora do país, a empresa acaba pautando todo o setor siderúrgico.
“Alguma coisa vai ter que mudar. Senão, daqui a pouco o país vai estar importando aço”, afirma um assessor direto de Lula, refletindo sobre a situação atual.
Se depender de Agnelli, o país não corre este risco. Hoje, ao encontrar-se com Lula, o executivo vai anunciar o plano de investimentos da Vale para 2010. Um dos projetos da mineradora é um incremento de 50% na produção nacional de aço. Os quatro projetos siderúrgicos da Vale, que está entrando no setor em parceria com outros sócios, vão jogar no mercado mais 18,5 milhões de toneladas de aço. (Regina Alvarez e Liana Melo, de O Globo)
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário