Argentinos ainda choram pela morte da cantora Mercedes Sosa ocorrida na madrugada deste domingo (4), em Buenos Aires, vítima de uma doença hepática complicada por problemas respiratórios.
Mercedes Sosa nasceu no dia 9 de julho de 1935, na cidade de San Miguel de Tucumán, Argentina. Com 74 anos de idade e uma trajetória de 60 anos, ela transitou em diversos paises, compartilhou palcos com inúmeros artistas internacionais e deixa um enorme legado de gravações discográficas.
Sua voz levou sempre uma profunda mensagem de compromisso social através da música de raiz folclórica, sem prejuízos de somar com outras vertentes e expressões de qualidade musical.
Seu talento indiscutível, sua honestidade e suas profundas convicções deixam uma enorme herança para as gerações futuras. Admirada e respeitada em todo o mundo, Mercedes se constitui como um símbolo de nosso acervo cultural que nos representará para sempre.
Quizás, as palavras de sua inseparável amiga Teresa Parodi, resumam o sentimento de muitos: ¨Mãe amada e amorosa, mulher da América ferida, a sua canção nos dá asas e faz com que a pátria toda, encolhida e desolada, ainda não morra, porque sempre cantarás nas nossas almas".
Seus restos mortais foram velados no Salón de los Pasos Perdidos, en el Honorable Congreso de la Nación.
O corpo da cantora foi cremado nesta segunda-feira (5) no cemitério de La Chacarita, em Buenos Aires. Uma parte de cinzas foi espalhada em sua província natal, Tucumán, no norte do país, enquanto outra parte foi colocada em Mendoza, província em que Mercedes declarou grande amor. O restante das cinzas permanecerá em Buenos Aires, cidade onde morava há décadas.
Políticos e intelectuais argentinos expressaram seu pesar pela morte da cantora, que foi a "voz" dos exilados argentinos durante a última ditadura militar argentina (1976-83). Nos anos 70 e 80, ela foi símbolo da resistência às ditaduras militares na América Latina.
Mercedes Sosa trabalhou intensamente até poucas semanas atrás. No ano passado, em declarações à imprensa, havia sustentado que continuaria cantando "até os últimos dias" da vida, tal como uma cigarra. A intérprete havia sido internada no dia 18 de setembro na clínica de la Trinidad, no bairro de Palermo.
Mercedes Sosa possuía um vínculo especial com o Brasil, país onde esteve dezenas de vezes e possuía muitos amigos. Com vários deles protagonizou duetos que entraram para a história da música latino-americana. Entre as parcerias, ela cantou com Chico Buarque, Milton Nascimento, Gal Costa, Beth Carvalho, Raimundo Fagner e Maria Rita. (Agência Estado)
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
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