O Programa Mundial de Alimentos (PMA), órgão ligado à ONU, informou no final de semana um penoso recorde: pela primeira vez na história, o número de pessoas que passa fome no mundo superou um bilhão. Ao mesmo tempo, os países seguem cortando as ajudas humanitárias por causa da crise, ao ponto de que as doações caíram ao nível de 20 anos atrás. Uma combinação, que a diretora do PMA, Josette Sheeran, qualificou de “receita para o desastre”.
A reportagem está publicada no jornal espanhol El País, 17-09-2009. A tradução é do Cepat.
Este ano, os países confirmaram apenas 1,8 bilhão de euros dos 4,6 bilhões necessários para alimentar 108 milhões de pessoas, informou Sheeran. As consequências logo serão vistas em seus programas no Quênia, Guatemala e Bangladesh, que requerem intervenções urgentes. A Organização necessita de dois bilhões de euros extras para enfrentar seus problemas este ano.
Sheeran destacou que com menos de 1% do que os países ricos gastaram para salvar os sistemas financeiros, se poderia solucionar a fome – com algo mais que “soluções de longo prazo”, insistiu – e por isso instou os países do G-20 (as economias mais ricas e as emergentes) para que aproveitem a próxima reunião em Pittsburgh (Estados Unidos), porque têm “uma oportunidade ideal para colocar a fome no mapa”.
A situação só será solucionada quando “o mundo tomar a fome a sério”, declarou Josette Sheeran. O grupo que acompanha o desenvolvimento dos Objetivos do Milênio da ONU criticou dia 17 o descumprimento dos compromissos por parte dos países. Desde 2005, o G-20 deixou de dar 23 bilhões de euros anuais.
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
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