quarta-feira, 6 de agosto de 2014

DNPM renova permissão de lavra ao Garimpo das Pedras

Fotos: Edésio Curió e Edivan Xavier
 
Durante cerimônia simples, na presença de autoridades, garimpeiros, empresários e a comunidade, o superintendente do Departamento Nacional de Produção Mineral no Pará (DNPM-PA), Thiago Marques de Almeida, engenheiro de minas, entregou no último sábado (2) para o presidente da Cooperativa dos Produtores de Gemas do Sul do Pará (Coopergemas) a renovação da Permissão de Lavra Garimpeira nº 23/2009, pelo prazo de cinco anos, para extração de ametista numa área de 242 hectares do Garimpo das Pedras, localizado no município de Marabá, a 60 quilômetros do centro de Parauapebas.
A entrega do documento foi marcada pela comunidade da Vila Garimpo das Pedras com pregação evangélica, torneio de futebol, apresentações culturais de capoeira, batucada de samba e banho de piscina nas águas quentes da vila, tudo isso acompanhado de muito churrasco e refrigerante.
Minutos depois de pousar de helicóptero no povoado, Thiago Marques enfatizou que existe uma relação muito próxima entre a legalização do garimpo e a qualidade de vida dos garimpeiros e de seus familiares, porque a partir daí toda a cadeia produtiva será melhorada, uma vez que o minério extraído será vendido com preço mais elevado e isso gera mais emprego e renda à comunidade envolvida no processo.
Após receber o documento das mãos do superintendente do DNPM-PA, com aplausos das pessoas presentes, o presidente da cooperativa, Adilson Barbosa Machado, popularmente conhecido por “Faquinha”, que é engenheiro de minas, declarou à reportagem do Jornal Semanal que a Coopergemas, fundada há 12 anos, congrega hoje cerca de mil cooperados, que são beneficiados com os lucros da entidade.
Segundo revelou Adilson “Faquinha”, as pedras de ametista e derivados extraídas do subsolo do Garimpo das Pedras são comercializadas brutas, sem receber nenhum beneficiamento, na própria vila, por representantes, principalmente, da Bahia e de Minas Gerais, e até da China. As minas do garimpo têm reserva para pelo menos 50 anos de exploração.
A partir da outorga de renovação da permissão de lavra, o presidente da cooperativa percebe que se abre um importante campo para atrair mais investidores que agora podem comprar legalmente e pensar inclusive em qualificar a comunidade com mão de obra especializada para lapidar as pedras, produzir joias e outros tipos de souvenires, proporcionando emprego e renda.
Indagado se a Coopergemas tem intenção de montar estrutura como restaurante, hotel e outras piscinas para acolher melhor o turista que se desloca para a vila com o objetivo de usufruir das águas termais existentes na localidade, “Faquinha” respondeu que a cooperativa pretende celebrar parceria com empresa do setor de turismo para estruturar e explorar o espaço, que ele considera como “uma dádiva de Deus”.
Procurado pela reportagem, o pecuarista Rogério Miranda, filho de Elza e Francisco Miranda (in memoriam), herdeiro das terras onde se localiza o garimpo, disse que a concessão de renovação da Permissão de Lavra Garimpeira é o início de uma nova era no Garimpo das Pedras.
Por sua vez, o garimpeiro Patrício Pereira Lima, 71 anos de idade, um dos pioneiros na extração de pedras preciosas, revela que chegou à localidade no ano de 1985, portanto, há 29 anos, quando o acesso para o garimpo era feito apenas de barco pelo Rio Itacaiúnas até a Vila Alto Bonito.
Questionado sobre os eventuais benefícios que a renovação da licença para continuação da exploração do garimpo por mais cinco anos possam trazer para as famílias da comunidade, Patrício Lima respondeu que estar bastante otimista com a notícia, “porque por muito tempo se ouvia falar que o garimpo ia ser fechado, mas agora, com a licença do DNPM, vamos trabalhar com mais confiança e segurança”.
Presente ao evento, o empresário e pecuarista Hamilton Ribeiro, que patrocinou o churrasco para a comunidade, comentou que o documento concedido para continuidade do garimpo de pedras preciosas era esperado com muita ansiedade pelos cooperativistas da vila.
“Reconheço o trabalho da classe garimpeira e sei que trabalhando legalizada, unida e esperançosa a autoestima da comunidade vai ficar lá em cima, pois a renda dos serviços vai aumentar, melhorando a qualidade de vida dessa população”, declarou Hamilton Ribeiro.
O pecuarista Ivanite José da Silva, popular “Barrão”, que também prestigiou a solenidade de entrega da renovação da licença de exploração do garimpo, já em sua propriedade rural, localizada a cinco quilômetros da vila, lamentou que as atividades do Garimpo das Pedras e as belezas naturais das águas quentes da localidade são poucas divulgadas pela mídia.
História
A comunidade da vila conta hoje com uma população aproximada de quatro mil pessoas que moram em duas vilas: a de baixo e a de cima. A localidade, que geograficamente pertence ao município de Marabá, dispõe de escola, posto de saúde, destacamento da Polícia Militar, supermercados, igrejas, energia elétrica, associação de moradores, farmácia e até pista para pouso e decolagem de pequenas aeronaves.
No caminho entre uma vila e outra existe uma nascente que jorra água com 40 graus de temperatura para uma piscina onde pessoas tomam banho e se divertem.o que fazer para ganhar dinheiro
Para chegar à vila do Garimpo das Pedras, saindo de Parauapebas, pega-se a estrada de asfalto que vai para o Projeto Salobo até o km 44, anda mais dois quilômetros de asfalto até a Vila Paulo Fonteles e 8 km em estrada de chão.

Nenhum comentário: