Os vanzeiros que se dizem “donos da
cidade” mais uma vez mostraram que decisão de autoridade constituída,
principalmente prefeito, não tem o menor valor. Eles resolveram, de uma hora
para outra, majorar o preço da passagem de coletivo de R$ 1,50 para R$ 2,00, sem
decreto ou autorização municipal para praticar o novo preço, mandando,
inclusive, imprimir com o novo preço o “passe”, que é vendido antecipadamente
aos usuários.
Para satisfazer a sua sanha de assaltar
o usuário, os vanzeiros comandados por uma Central Única que se diz responsável
pelas “cooperativas” tiveram como justificativa uma manifestação do Ministério
Público, que SUGERIU ao Executivo acatar o pedido solicitado, depois de se
fechar um acordo onde os vanzeiros assumissem algumas responsabilidades no
sentido de melhorar o lado do usuário, que é o grande explorado.
O prefeito reuniu com os dirigentes, mas
não emitiu nenhum documento oficial autorizando o aumento, ficando apenas o
entendimento que o tal documento autorizativo poderia acontecer no dia 11 de
fevereiro (data em que a administração municipal estava em recesso).
Os dirigentes da Central Única,
demonstrando sua arrogância, prepotência e falta de respeito para com as
autoridades, resolveram mandar todos os condutores cobrar o novo preço, mesmo
não existindo documento para tal emitido pela prefeitura.
Interpelados pelo Departamento Municipal
de Trânsito e Transporte (DMTT), os vanzeiros chefiados pelos dirigentes da
Central Única mais uma vez ameaçaram fazer parede e fechar o trânsito da cidade,
impondo sua vontade.
O desentendimento movimentou por algumas
horas o centro da cidade, e depois houve dispersão, mas o preço de dois reais
passou a valer na “marra”, mostrando mais uma vez que nossas autoridades são
reféns deste monopólio que o município não tem coragem de acabar, mesmo
cometendo toda a sorte de arbitrariedades.
O transporte alternativo desde sua
criação, ainda no governo do então prefeito Chico das Cortinas, foi feito de
uma maneira errada, e os abusos aumentam na medida em que o tempo vai passando.
A cidade não pode continuar refém de um
sistema de transporte que não ajuda em nada o desenvolvimento e crescimento da
cidade; que atrapalha e dificulta o trânsito, pois não respeita nenhuma norma
ou lei de transito; que atropela, fere e mata transeuntes e usuários; que tem como condutores e
cobradores pessoas em sua maioria sem nenhum preparo ou condições dentro do que
determina a lei para os responsáveis pelo transporte de passageiros; que se
tornou um meio de vida e enriquecimento para os donos de concessões compradas,
que afrontam o Poder Executivo, já que a concessão não pode ser vendida, e o
titular da mesma é obrigado a ser condutor do veiculo; que criou uma nova
modalidade de “trabalho comissionado” para motorista e cobradores, onde a fome
de ganhar mais transportando passageiros provoca a disputa de corridas que
infernizam a vida e o trânsito da cidade.
A cidade hoje com mais de 250 mil
habitantes, e previsão para atingir 500 mil dentro de pouco tempo, precisa de
um transporte coletivo sério e responsável, que realmente tenha condições de
atender à demanda do usuário, que é o grande sacrificado, por pagar caro e não
ter direito a nada, nem mesmo de reclamar, pois não tem a quem.
Se o poder público municipal mandar
fazer uma pesquisa com os usuários e com a população, de uma maneira geral, vai
constatar a revolta que existe em todos os cantos da cidade, contra este
sistema de transporte que não atende e não tem condições de melhorar, pois à
frente do mesmo estão pessoas que não têm a menor responsabilidade para impor o
que a lei e a decisão das autoridades determinam.
Insistir com a presença deste sistema
caótico de transporte é protelar e agravar a situação, que pode levar a
população ao desespero e a atos não recomendáveis, coisa mais natural que
acontece com a revolta.
Os vanzeiros, por ser um grupo grande, e
às vezes unidos quando se trata de defender seus interesses, vêm até agora
ganhando os embates, mas quando a população se revoltar e resolver dar um basta
nos abusos, só Deus sabe o que pode acontecer.
O crescimento da insatisfação sempre foi
o principal estopim para que o pior acontecesse, e é bom que as autoridades
pensem nisto. (Zinho Bento)
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