domingo, 12 de setembro de 2010

Vale, siderúrgicas e poderes públicos são chamados a audiência

Açailândia - Mais de 350 famílias há vinte anos estão sendo prejudicadas pela poluição do ciclo de mineração e siderurgia no distrito industrial de Piquiá (Açailândia/MA). Nos últimos três anos, a associação de moradores local, o Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos e a Paróquia São João Batista de Açailândia estão organizando a resistência e a proposta de alternativas.

Em 2009, o Ministério Público Estadual compôs uma equipe multidisciplinar para definir as condições de deslocamento do povoado para uma área digna, próspera e saudável, amenizando ao mesmo tempo o impacto ambiental das usinas siderúrgicas.

Na próxima terça-feira (14), a partir das 8h30, na Câmara Municipal de Açailândia, sentarão pela primeira vez juntos muitos atores convocados pelo Ministério Público: o Sindicato das Indústrias de Ferro Gusa do Maranhão, dirigentes e representantes de cada siderúrgica, o gerente de relações institucionais da Vale, o prefeito e o presidente da Câmara de Vereadores de Açailândia, os secretários municipal e estadual de Meio Ambiente, o Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Maranhão, a Associação do Comércio e Indústria de Açailândia, a ONG Justiça Global, a Federação Internacional dos Direitos Humanos com sua delegação de três pessoas do exterior, a Defensoria Pública, o juiz Diretor do Fórum de Açailândia, a procuradora geral de Justiça do Estado do Maranhão, as entidades e sociedade civil organizada da cidade.

O objetivo da audiência é debater e encaminhar propostas para o reassentamento do povoado de Piquiá de Baixo.

Trata-se de medida urgente e necessária, que chega num contexto de aparente crise da indústria siderúrgica e de grandes lucros por parte da mineradora Vale.

As entidades e a associação de moradores sustentam que não estão contra o desenvolvimento e a geração de emprego e renda. Acreditam, porém, que isso deve e pode acontecer com respeito à saúde e à dignidade do povo, bem como com a preservação do meio ambiente, até hoje saqueado sem controle.

Mais informações
Ministério Público da Comarca de Açailândia: (99) 3538-4944
Pe. Dario Bossi - Paróquia São João Batista: (99) 3538-1787/8112-8913
Antônio Filho - Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos: (99) 3538-2383

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