sábado, 19 de dezembro de 2015

Obras liberam tráfego na ponte sobre o Rio Moju

A ponte sobre o Rio Moju foi reaberta às 9 horas deste sábado (19), com as presenças do governador Simão Jatene, secretários estaduais e autoridades da região. A obra é resultado do grupo de trabalho coordenado pelo Governo do Estado, que envolveu diversos órgãos para acelerar os serviços desde que a ponte foi interditada, em março de 2014, quando uma balsa carregada com 900 toneladas de dendê abalou e destruiu uma coluna da estrutura.
Os trabalhos de reconstrução começaram cinco dias após o acidente. O longo prazo de execução se justifica pelo cuidado especial com o meio ambiente. Pontes são destruídas e reconstruídas com rapidez em outros cenários, com o uso corrente de dinamite. Essa hipótese, porém, foi descartada desde o começo pelo próprio governador Simão Jatene, que recomendou aos técnicos envolvidos a solução de menor impacto ambiental possível, ainda que mais demorada.
“O primeiro impulso é fazer de qualquer jeito, até para evitar as críticas, mas sempre tive a posição determinada de que não era para fazer a obra de qualquer maneira e sim que ela fosse feita da forma que precisasse ser feita, para que a gente não cometesse a leviandade de fazer um serviço sem nenhum cuidado”, contou o governador Simão Jatene.
Por isso, a reconstrução só começou após a apresentação do estudo de impactos e do plano de contingenciamento, prevendo medidas de segurança para não assorear com entulho o Rio Pará nem ameaçar a flora e a fauna da região, além de garantir absoluta segurança aos operários. Daí a necessidade de construir o pórtico de sete metros de altura, chamado A-Frame, usado para cindir as peças de concreto de 190 toneladas que ficaram pendentes após a fratura da ponte. “A maior demora dessa obra não se referiu a reconstrução em si, mas a demolição do que havia sido destruído. Muitos cálculos precisaram ser feitos”, reiterou Simão Jatene.
Enquanto a obra de restauração da integridade da Alça Viária, mais importante via de ligação entre a região metropolitana e as rodovias de acesso ao sul do Pará e à região portuária de Barcarena, estava em andamento, foram disponibilizadas balsas para fazer o transporte gratuito de passageiros e veículos. Algumas vias também foram restauradas para dar alternativas para o usuário. O governador Simão Jatene fez questão de informar que a seguradora assumiu parte dos custos.
“É bom que se diga isso para não parecer que o estado não lutou para garantir que isso acontecesse. A empresa reconheceu que foi um acidente e que o estado não tinha motivos para arcar sozinho o prejuízo. Ela foi parceira no custeio das despesas que foram necessárias para que pudéssemos chegar onde estamos hoje”, informou o governador. Jatene também acredita que as hidrovias irão ganhar força em todo o estado, e aproveitou para pedir que os profissionais se capacitem para que naveguem pelos rios de forma segura.
O secretário de Transportes do Estado, Kléber Menezes, disse que toda a equipe contava os dias para entregar a obra para a população. “Foram exatamente 20 meses e 27 dias. Sabíamos que estávamos fazendo certo e que íamos encontrar uma grande compreensão da população. Hoje estamos entregando uma ponte reestilizada que privilegia dois pontos que acho de extrema relevância: a segurança da população e a qualidade do serviço”, pontuou o secretário.
O titular da Setran explicou que foram construídas defensas de proteção dos pilares e que foi ampliada a sinalização náutica com maior número de boias para orientar melhor o navegante. A ponte do Moju foi inteiramente repavimentada e também recebeu iluminação com lâmpadas de led que permite ter uma visão melhor do corpo da estrada.
O projeto de reconstrução começou pelo escoramento da estrutura remanescente. Em seguida, foram retiradas do leito do rio todas as ruínas de concreto, com o auxílio de mergulhadores. A partir daí, vieram as fases mais delicadas: a instalação do A-Frame no topo da ponte, a articulação das “línguas” de concreto para o corte e a retirada, a desconstrução dos tabuleiros afetados pelo choque da balsa, a reconstrução do pilar 14 e reforço das demais colunas e, finalmente, a restauração das lajes maciças de concreto sobre as quais foi finalizada a pista para tráfego de veículos. A ponte ganhou ainda novo sistema de iluminação. Em toda a extensão, de 868 metros, há postes com placas de energia solar, o que gerará mais economia e sustentabilidade. (Dani Filgueiras, Gabinete do Governador)

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