Novo reajuste da tarifa de energia elétrica no
Estado do Pará será definido na próxima terça-feira (4), em Brasília, durante reunião
de diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A reunião começa
às 9 horas e terá transmissão pela web, através do site da Aneel.
O percentual da revisão tarifária será definido com
base nas planilhas de custos operacionais, investimentos e perdas enviados pela
concessionária de energia à Aneel. Seja qual for o percentual, ele entra em
vigor na próxima sexta-feira, 7 de agosto.
Em audiência pública da Aneel realizada em junho
deste ano, no Hangar, em Belém, a Aneel apresentou o valor preliminar de 4,26%
para os consumidores conectados em baixa tensão, residenciais; e de 15,06% para
os conectados em alta tensão, os industriais. Com isso, o efeito médio do
reajuste deverá ser de 7,53%. Mas os índices finais só serão definidos na
reunião.
Será mais um aumento para coroar um ano repleto de
reajustes na tarifa de energia, ao longo do primeiro semestre. Por causa da
falta de chuva nos reservatórios das hidrelétricas e pelo fracasso de uma
política populista em relação às tarifas, os brasileiros passaram da
comemoração pelo anúncio da presidente Dilma Rousseff de que os preços seriam
reduzidos, em janeiro de 2013, ao confronto com a realidade, no ano seguinte,
quando a Aneel anunciou sucessivos reajustes para reorganizar o setor elétrico,
bagunçado pela tentativa anterior de interferência do governo federal.
De acordo com o Departamento Intersindical de
Estatística e Estudos Socioeconômicos do Pará (Dieese-PA), só no primeiro
semestre deste ano a conta de energia aumentou mais de 40% para o consumidor
paraense, envolvendo o reajuste extraordinário de janeiro, determinado pelo
Aneel, mais as bandeiras tarifárias, que desde janeiro estão vermelhas.
O acréscimo na conta dos paraenses no primeiro
semestre foi de mais de 40%, envolvendo o percentual de reajuste para grandes
consumidores e consumidores residenciais, mais a adoção da bandeira vermelha,
que os paraenses estão pagando.
A situação do paraense é pior porque em setembro de
2014 a Aneel instituiu o modelo de cobrança de bandeiras tarifárias, com o qual
repassa aos consumidores, imediatamente, os elevados custos de geração de
energia térmica.
O sistema conta com três bandeiras nas cores verde,
amarela e vermelha, cada uma com uma tarifa atrelada, sendo que as duas últimas
encarecem a conta do consumidor, dependendo do custo de geração de energia no país,
que é afetado diretamente pelo custo da chamada energia de reserva, a que é
gerada pelas termelétricas para substituir a energia que deixa de ser gerada
pelas hidrelétricas, por causa da seca.
No Pará, a política de reajustes seguidos causou
mais indignação pelo fato de o estado ser um dos maiores produtores de energia
para o sistema interligado, através da Usina Hidrelétrica de Tucuruí, e que
ainda sofre as graves consequências sociais e ambientais decorrentes da
construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. (Fonte: ORM News)
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