O Brasil é o segundo maior produtor de alimentos do
mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, mas é o primeiro no que diz respeito ao
consumo de agrotóxicos. Na safra de 2013/2014, foram utilizados cerca de 1
bilhão de litros, o que gera uma média de 5 litros de agrotóxicos por
habitante, de acordo com especialistas.
O médico e professor Wanderley Pinhatti pesquisa os impactos dos agrotóxicos para a saúde e o ambiente. Ele explica o que acontece quando são aplicados esses produtos nas lavouras:
“Primeiro vai para os alimentos. Ele vai para a planta e depois ele vai sair para os grãos. Uma parte vai para a água, atinge o lençol freático e depois sai na água que a gente está bebendo. Uma parte evapora, vai para o ar e atinge quilômetros de distância. Outra parte, inclusive, condensa na chuva, vai para outros animais, quer dizer, contamina o solo. Nos humanos, vai para o sangue e a urina, vai para o tecido gorduroso”.
Para o Sindiveg, sindicato formado por 50 empresas produtoras de defensivos agrícolas, caso não fossem realizados manejo integrado, boas práticas agrícolas e a aplicação de agroquímicos, muito da produção agrícola brasileira seria perdida por doenças, plantas daninhas e pragas.
Os agrotóxicos são utilizados no Brasil desde a década de 50 para controlar doenças no campo e aumentar a produtividade. A produção, a comercialização e o uso são regidos por lei de 1989, regulamentada em 2002.
O coordenador-geral de Avaliação e Controle de Substâncias Químicas do Ibama, Márcio Freitas, explica que antes de ser comercializado no país o agrotóxico precisa passar por avaliação.
“Isso é feito por três órgãos: Ibama, que avalia a questão ambiental; Anvisa, que avalia a questão de toxidade humana; e pelo Mapa, que avalia a eficiência agronômica. Se o agrotóxico, portanto, está sendo comercializado oficialmente no Brasil, ele pode ser considerado seguro, embora todos eles sejam potencialmente perigosos”.
Em 2014, o setor de agrotóxicos movimentou aproximadamente US$ 12 bilhões, o equivalente a cerca de R$ 39 bilhões. (Fonte: Idec)
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