Menos de 25% das brasileiras entre 50 e 60 anos de
idade fizeram mamografia pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em 2013, quase três
vezes menos do que recomenda a Organização Mundial da Saúde (OMS), que é 70% de
cobertura anual desse exame em mulheres com mais de 40 anos de idade, enquanto
o Ministério da Saúde sugere que essa cobertura comece aos 50 anos.
Os dados fazem parte de um levantamento elaborado
pela Sociedade Brasileira de Mastologia, em parceria com a Rede Goiana de
Pesquisa em Mastologia.
Das mais de 10 milhões de mamografias esperadas pelo
Instituto Nacional do Câncer (Inca) em mulheres entre 50 e 60 anos de idade em
2013, somente 2,5 milhões foram realizadas.
O estudo também revela que, embora haja equipamentos
do SUS em número satisfatório, a grande maioria está no Sul e Sudeste do país e
uma pequena parte no Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Além disso, as capitais
concentram esses mamógrafos, enquanto uma área imensa no interior fica
descoberta.
Para o presidente da Sociedade Brasileira de
Mastologia, Ruffo de Freitas Junior, a falta de informação sobre a importância
da mamografia não é o principal problema, mas sim as distâncias que separam
muitas mulheres do local de exames.
“No Estado de Goiás, existem regiões em que a mulher
precisa andar mais de 300 quilômetros até um mamógrafo do SUS, o que significa
um dia inteiro para fazer um exame que deveria levar cerca de três horas para
ser concluído”, diz o médico, ao ressaltar que, em geral, são mulheres sem
sintomas que acabam desistindo do exame.
“Ela levaria um dia inteiro para fazer o exame, mais
um dia para pegar o resultado, e um terceiro para mostrá-lo na consulta médica.
São três dias em que ela deixa de ir ao trabalho ou nos quais precisa se
organizar para alguém cuidar dos filhos e da casa”, comenta Ruffo. (Fonte: Portal do Consumidor)
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