Anderson Souza
Com a presença de 13 dos 15 vereadores, do prefeito
Valmir Mariano, secretários municipais e de representantes de alguns segmentos
da sociedade local organizada, o deputado federal Wandenkolk Gonçalves
(PSDB-PA) fez uma explanação sobre o novo Marco Regulatório da Mineração.
A sessão especial para tratar do assunto ocorreu no
final da tarde e início da noite da última segunda-feira (28), no plenário da
Câmara Municipal de Parauapebas.
Durante o debate, o parlamentar paraense explicou
que o Código de Mineração, que este ano completa 50 anos de existência, sugere, por meio do Marco Regulatório, mudanças na cobrança da Compensação Financeira pela
Exploração Mineral (Cfem), popularmente conhecida por royalty, paga pelas
empresas que exploram recursos minerais no país.
Atualmente, a Cfem é descontada da venda líquida dos
minérios numa média de 2% e distribuída para a União (23%), estados (12%) e
municípios (65%).
Na proposta da Câmara dos Deputados, com apoio de
municípios mineradores, para o novo Marco Regulatório da Mineração, de acordo
com explicação de Wandenkolk Gonçalves, o projeto sugere a manutenção dos 65%
destinados para os municípios e a retirada de 3% dos 12% destinados aos estados
e 5% dos 23% que tem direito a União, num total de 8%, para serem repassados
aos municípios que se localizam no entorno dos municípios que possuem minérios.
Consta ainda na proposta, que ficou de ser discutida
nesta quarta-feira (30) na Comissão Especial de Mineração, em Brasília, que o
desconto da compensação das empresas, hoje na faixa de 2% da venda líquida do
minério, passe para 4% da venda bruta.
Além disso, o projeto estabelece também novos
requisitos para a concessão dos direitos de exploração de minérios, determina
normas de uso dos recursos minerais e cria o Conselho Nacional de Política
Mineral (CNPM), para a formulação da política para geologia e recursos
minerais, e a Agência Nacional de Mineração (ANM), para fiscalizar as
atividades de mineração e execução da política mineral brasileira.
Após a apresentação do deputado Wandenkolk
Gonçalves, o prefeito municipal, vereadores e representantes da sociedade
organizada usaram da palavra, a maioria criticando a atuação da mineradora
Vale, que extrai o minério do solo parauapebense e não compensa os impactos
sociais e ambientais deixados no município.
Alguns dos presentes criticaram a falta de
representantes da empresa Vale numa audiência pública sobre mineração ocorrida
semana passada em Marabá e na sessão especial da Câmara de Vereadores na última
segunda-feira (28) em Parauapebas, inclusive com a ameaça de interditar os
trilhos da Estrada de Ferro Carajás.
À reportagem,
Wandenkolk Gonçalves revelou que Parauapebas se comporta hoje como o município
brasileiro que mais contribui positivamente com a balança comercial do país,
com destaque para o setor minerário.
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