sexta-feira, 8 de junho de 2007

Índios ameaçam incendiar torres da Eletronorte

Índios da tribo guajajaras ameaçam incendiar as duas torres da Eletronorte que passam por dentro da reserva Cana Brava, no interior do Maranhão, mas o gerente regional da Eletronorte, Mauro Aquino, acredita que o perigo maior para as torres já passou, pois, segundo ele, elas não são mais o foco principal da manifestação dos indígenas.
As duas torres fazem a transmissão de energia da hidrelétrica de Tucuruí para a capital do Maranhão, São Luís. Por precaução, a Eletronorte desativou uma delas, justamente a que teve um dos cabos de sustentação cortados pelos índios. Mas, segundo o cacique da aldeia Cana Brava, Zé Murry, os índios já soltaram os parafusos da base da outra, e por isso a qualquer momento ela pode cair.
Os índios voltaram a interditar totalmente a BR-226 desde a última terça-feira (5), em protesto à extinção dos núcleos da Funai nos municípios de Barra do Corda e Grajaú, região centro-sul do Maranhão.
Sobrecarga
A Eletronorte mantém desde terça-feira um indigenista no local do conflito, responsável por negociar com os guajajaras. Na hipótese de os guajajaras cumprirem a promessa, a transmissão de corrente elétrica se concentraria toda na única via que passa por fora da reserva, e que também distribui a energia para o resto do país. Isso sobrecarregaria a torre restante.
A solução, segundo Mauro Aquino, seria diminuir a energia disponível para as grandes empresas que operam na região, como Alumar e Companhia Vale do Rio Doce, até que se construísse uma nova torre.
“Podemos instalar uma torre auxiliar em três dias, mas para reconstruir seria preciso pelo menos um mês”, explicou o gerente da Eletronorte.
Bloqueio
Só ambulâncias podem passar pela rodovia bloqueada. Segundo Zé Murry, a fila de carros tem diminuído. “Acho que como as pessoas sabem que aqui está bloqueado, estão procurando outros caminhos”, justificou o cacique, reforçando a promessa de ocupação.
“Só sairemos daqui quando a Funai mandar alguém para conversar com a gente”, concluiu Zé Murry.

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