Relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS)
alerta que ingestão nociva de bebidas alcoólicas faz mais de três milhões de
vítimas por ano no mundo. Consumo no Brasil é mais alto do que a média global.
O consumo nocivo de álcool causou a morte de 3,3
milhões de pessoas no mundo em 2012, segundo um relatório da OMS divulgado na última
segunda-feira (12).
Segundo o estudo, feito em 194 países, as mortes
relacionadas a bebidas alcoólicas corresponderam a 5,9% do total de 2012, cifra
superior às mortes ligadas ao HIV (2,8%), à violência (0,9%) ou à tuberculose
(1,7%).
"Precisamos fazer mais para proteger a
população das consequências negativas do consumo de álcool", diz Oleg
Chestnov, diretor-geral adjunto da OMS para doenças não transmissíveis e saúde
mental.
Além de causar dependência e estimular a violência,
o consumo nocivo de álcool, ou seja, aquele que causa consequências negativas
para o consumidor e a sociedade, aumenta o risco de desenvolvimento de mais de
200 doenças, incluindo cirrose hepática e câncer.
O relatório também revelou que o consumo de álcool é maior e faz mais vítimas
entre os homens do que entre as mulheres. Em média, o consumo mundial a partir
de 15 anos de idade é de 6,2 litros de álcool puro por ano. Porém, 38,3% da
população global bebem por ano 17 litros.
No Brasil, a média de consumo anual é de 8,7 litros ao ano, sendo cerveja a
bebida preferida no país. A região com a maior média de consumo é a Europa, com
10,9 litros por habitante por ano. O país que registrou o maior consumo no
mundo foi a Bielorússia, com 17,5 litros, seguido da Moldávia, com 16,8 litros
ao ano.
"Descobrimos que cerca de 16% dos consumidores têm episódios de consumo
excessivo, que é mais prejudicial à saúde", revela Shekhar Saxena, diretor
para saúde mental e abuso de drogas e outras substâncias da organização.
O diretor acrescenta que as consequências sociais e de saúde causadas pelo
consumo nocivo de álcool impacta de forma mais acentuada a população mais
carente. "Eles, com frequência, não têm acesso a um sistema de saúde de
qualidade e são menos protegidos pela família ou por redes comunitárias",
reforça Shekhar Saxena.
A OMS também lembrou que os países precisam reforçar as medidas contra o
consumo prejudicial de álcool, através do aumento de impostos para bebidas
alcoólicas, do limite de idade para sua venda, da regulamentação de
propagandas, além da criação de campanhas para a conscientização sobre os danos
que a bebida traz para a saúde. (Fonte:
Carta Capital)
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