sábado, 11 de outubro de 2014

Poeta Ferreira Gullar é eleito para a Academia Brasileira de Letras

Por votação quase unânime, a Academia Brasileira de Letras (ABL) elegeu o poeta Ferreira Gullar para a cadeira 37 da instituição, vazia desde 3 de julho, com a morte do poeta e tradutor Ivan Junqueira. Gullar recebeu 36 dos 37 possíveis e foi eleito em primeiro escrutínio. Um voto foi em branco. Votaram 18 acadêmicos presentes e 18 por cartas.
O maranhense Ferreira Gullar, cujo verdadeiro nome é José de Ribamar Ferreira, nascido em São Luís, em 10 de setembro 1930, é o terceiro poeta a ocupar sucessivamente a cadeira 37. Antes de Ivan Junqueira, ela pertenceu ao pernambucano João Cabral de Melo Neto. A cadeira teve como fundador Silva Ramos, que escolheu como patrono o poeta Tomás Antonio Gonzaga. Seus ocupantes anteriores foram Alcântara Machado, Getúlio Vargas e Assis Chateaubriand.
Nascido em uma família de classe média pobre, Gullar passou a infância entre a escola e a vida de rua, jogando bola e pescando no Rio Bacanga. Aos 18 anos, começou a frequentar os meios literários da capital maranhense. Um ano mais tarde descobriu a poesia moderna, ao ler os poemas de Carlos Drummond de Andrade e Manuel Bandeira.
Em 1954, Ferreira Gullar lançou “A luta corporal”, livro que o projetou no cenário literário nacional. Os últimos poemas deste livro provocariam o surgimento, na literatura brasileira, da “poesia concreta”, da qual ele foi um dos participantes. Dissidente, passou a integrar um grupo de artistas plásticos e poetas do Rio de Janeiro, denominado neoconcreto.
São expressões da arte neoconcreta as obras de Lygia Clark e Hélio Oiticica, hoje nomes mundialmente conhecidos. Nesse grupo, Gullar levou suas experiências poéticas ao limite da expressão, criando o livro-poema, o poema espacial e, finalmente, o poema enterrado.
O último é uma sala de subsolo, a que se tem acesso por uma escada. Após penetrar no poema, o visitante se depara com um cubo vermelho. Ao levantar o cubo, encontra outro, verde, e sob este ainda outro, branco, que tem escrito numa das faces a palavra “rejuvenesça”. (Fonte: Agência Rio)

Nenhum comentário: