Fotos: Anderson Souza
O processo de implantação do Distrito Industrial de Parauapebas (DIP) iniciou em
2005, quando foi feito o levantamento das áreas propícias para a implantação do
projeto. Escolhida a área, foi desenvolvido o trabalho de licenciamento
ambiental junto à Secretaria Executiva de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente (Sectam),
que em junho de 2006 concedeu à Prefeitura de Parauapebas a licença de
instalação do distrito.
O DIP se localiza numa área privilegiada de aproximadamente
40 alqueires, no km 24 da Rodovia PA 160, sentido Canaã dos Carajás, em função
de estar localizado entre dois grandes empreendimentos minerais, o de ferro, em
Parauapebas, e o de cobre, em Canaã dos Carajás. Já a área destinada à
preservação ambiental dentro do distrito corresponde a cerca de 20%.
As empresas selecionadas pela Sectam possuem
atividades consideradas de baixo impacto e atuam em vários segmentos de
produção, como o setor de metalurgia de transformação, artefatos de concreto,
imobiliário, locação de equipamentos, correias transportadoras, manutenção de
subconjuntos, industrialização de fibras e resinas, material para construção,
reciclagem e agroindústria.
Parceria
No último dia 11, o prefeito Valmir Mariano e seu
secretário municipal de Planejamento e Gestão, Wander Nepomuceno, foram
recebidos no Rio de Janeiro pelo diretor-presidente da empresa Vale, Murilo
Ferreira, para tratar de assuntos de interesse do município, entre estes a
estruturação do distrito industrial.
No encontro, o prefeito reforçou a importância da empresa para o município, assim como os benefícios que uma
parceria mais estreita pode gerar para todos. Dentre os diversos assuntos
tratados, destacaram-se os impactos sociais sofridos pelo município por conta
do alto índice de imigração, assim como a canalização de esforço do governo
municipal para dotar a cidade de infraestruturas e de investimentos na
educação.
Valmir Mariano informou a Murilo Ferreira que seu
governo está preparando o município de Parauapebas para uma nova fase com novas
matrizes econômicas e reforçou o papel da mineradora como agente parceira no
desenvolvimento da região.
O gestor municipal enfatizou que mais de 75% dos funcionários
da empresa, lotados no Sistema Norte, moram em Parauapebas, portanto,
beneficiados, assim como a população em geral, com todos os investimentos em
educação, segurança, mobilidade urbana e demais ações que agregam à qualidade
de vida das pessoas, o que colabora para a produtividade dos profissionais da
empresa.
De acordo com Wander Nepomuceno, o presidente da
Vale se mostrou muito receptivo durante o encontro e disposto a colaborar para
o estreitamento da parceria. Uma agenda de encontros futuros foi estabelecida
para que seja formado um grupo de trabalho focado na estruturação do distrito industrial
e das demais sugestões de parcerias apresentadas pela prefeitura.
A adequação da infraestrutura do DIP visa atender às
expectativas dos empreendedores, como ampliação da oferta de energia elétrica, com
acréscimo de 10 mva na rede de distribuição; acessibilidade, com duplicação da Rodovia
PA 160, do centro da cidade ao distrito; instalação de fibra ótica em rede
exclusiva; asfalto e infraestrutura das vias de acesso internas do complexo
industrial; além de implantação do polo industrial de mineração por conta da
Vale.
Segundo o secretário, com a consolidação
do Distrito Industrial de Parauapebas, cerca de 60 mil empregos diretos e
indiretos podem ser gerados, beneficiando com sua produção não só o município,
mas também as regiões sul e sudeste do Pará.
Wander Nepomuceno explicou que o tamanho dos lotes a
serem cedidos gratuitamente às empresas vai depender da necessidade dos
empreendimentos industriais a serem instalados, sendo que 80% com tamanho de 2.500
metros quadrados. Ele revela que hoje dez empresas já se encontram instaladas
no DIP.
Os critérios para instalação de empresas no distrito
são correlacionados à geração de emprego e renda e vocação industrial do distrito,
observando os planos de negócios do empreendimento e prazo de implantação.
Como incentivo às indústrias locais, são priorizadas
e selecionadas empresas que já atuam no município de Parauapebas e parceiras
que estejam ligadas à indústria extrativa mineral com tecnologia e expertise
comprovado.
Recuperação
de componentes
Em maio de 2009, a prefeitura cedeu para a Vale uma
área no DIP medindo 250 mil m2, avaliada em 26 milhões de dólares, para
instalação do Centro de Recuperação de Componentes (CRC),
mas a empresa desistiu do projeto, que tinha previsão para ser inaugurado no
final do primeiro semestre de 2010.
Na época, a mineradora informou à imprensa local que
o CRC tinha como objetivo atender os segmentos de indústria, mecânica,
engenharia e outros setores agregados, com oferta de mil empregos diretos.
Presença
no DIP
O industriário Aristides José Fernandes,
proprietário da empresa Plangecon, que se encontra instalada no distrito
industrial há 3 anos e meio, revela que disponibiliza 130 empregos diretos, 30%
deles absorvidos pela comunidade vizinha de Cedere I. A área construída da fábrica
mede 4.200 metros quadrados, numa área total de 30 mil metros quadrados
adquirida pela prefeitura.
A indústria da Plangecon produz estruturas metálicas
leves, médias e pesadas, com matéria prima adquirida no mercado local,
Fortaleza, Minas Gerais e São Paulo, cuja produção média gira em torno de 150
toneladas por mês, que é vendida às empresas Vale, Anglo American, Hidro,
Sinobras e outras.
Aristides Fernandes lamenta que o DIP ao longo dos
últimos anos ainda não tenha proporcionado às indústrias instaladas no polo as
infraestruturas básicas como energia elétrica de qualidade, telefonia, asfalto,
água tratada e outras benfeitorias que possam atrair outros investidores.
“Acredito que com a conversa do prefeito Valmir
Mariano com o presidente da Vale as duas partes possam chegar num acordo e
celebrar parcerias que visem a estruturação do distrito industrial”, almejou o
empresário.
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