Marcus
Vinícius – Joaquim Barbosa se foi. Partiu sem julgar o
Mensalão do PSDB. Escafedeu-se sem nada dizer sobre a Lista de Furnas. Caiu
fora sem se pronunciar em relação ao escândalo de 2,5 bilhões de dólares no
metrô de São Paulo, o chamado Trensalão dos governos tucanos de Mário Covas,
José Serra e Geraldo Alckmin.
Joaquim Barbosa só tocou o terror contra o PT. Barbarizou
os condenados da Ação Penal 470, dita Mensalão. Contrariou a jurisprudência
consagrada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), que garante ao preso do
regime semi-aberto o direito ao trabalho, para negar este benefício ao
ex-ministro José Dirceu, ao ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, aos
ex-deputados federais Valdemar Costa Neto, Pedro Corrêa e Carlos Alberto Pinto
Rodrigues (Bispo Rodrigues), além de Jacinto Lamas (ex-tesoureiro do então
Partido Liberal), que exerciam trabalho externo já há várias semanas.
Radical contra o PT, o ministro Joaquim Barbosa não
teve a mesma dureza contra traficantes, facínoras e assassinos barra-pesada que
desfrutam de inúmeras regalias nos presídios Brasil afora. O “menino pobre que
mudou o Brasil” nada fez contra aqueles que, da cadeia, continuam a comandar
suas redes de tráfico de drogas, sequestros, assaltos, assassinatos e
extorsões. Por que será que Joaquim Barbosa não tocou o terror contra Fernandinho
Beira-Mar, Leonardo Mendonça e outros? Esperava mais de você Batman!
Joaquim Barbosa vai e se esvai. Desintegra-se o seu
pedestal moralista, tal e qual o ex-senador Demóstenes Torres.
Herói do PIG (Partido da Imprensa Golpista), JB
avisa que embarca direto para Miami, onde comprou apartamento de R$ 1 milhão.
Vai para um auto-exílio, pois sabe que não deixa saudade.
Seus colegas de toga exultam-se com sua renúncia. Ao
longo de sua breve passagem pela presidência do Supremo Tribunal Federal e do
CNJ (Conselho Nacional de Justiça), Joaquim Barbosa conseguiu críticas unânimes
por sua conduta de déspota. Sua atuação foi denominada antidemocrática pelos
presidentes da Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil), AMB (Associação
dos Magistrados Brasileiros) e Anamatra (Associação Nacional dos Magistrados da
Justiça do Trabalho).
Visto por setores mais conservadores da imprensa e
da oposição como ponta de lança para inviabilizar o governo da presidenta Dilma
Roussef e criminalizar o PT, Joaquim Barbosa deixa a vida pública para entrar
para história como a versão Jânio Quadros de Carlos Lacerda, ou seja, renunciou
sem lograr êxito no golpe, como tivera o Corvo, 50 anos antes, naquele fatídico
1º de abril de 1964.
Nem Batman, nem Lacerda. Joaquim Barbosa não foi
herói nem grande conspirador. Foi, isto sim, um monge do ódio, conforme
reconhece o presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Marcus Furtado
Coelho:
“Essa interpretação vingativa de um caso concreto
(concessão de trabalho aos presos da AP 470) não pode suscitar prejuízo a 77
mil brasileiros (presos em regime semiaberto)”, advertiu Marcus Coelho,
reforçando a convicção externada pelo meio jurídico do país, de que o
presidente do Supremo, ao aplicar dessa forma, acabou na prática com o regime
semiaberto e pode prejudicar todos os que já cumprem pena sob este regime.
“Não deve haver vitória do discurso da intolerância
e do direito penal sobre o inimigo. Se ele é meu inimigo não devo cumprir a
lei”, acentuou o dirigente da entidade máxima dos advogados brasileiros.
Sem Barbosa à frente do STF, a judicialização da
política deve perder força. O próprio procurador geral da República, Rodrigo
Janot, reconheceu que o afã vingativo de JB trouxe insegurança jurídica ao
país:
“O problema que se coloca em interpretação de
direito é a segurança jurídica. Tínhamos uma interpretação, já de algum tempo,
de que não seria necessário o cumprimento de 1/6 da pena para que o preso
pudesse alcançar o privilégio do trabalho externo. Uma modificação nessa
interpretação jurídica pode causar insegurança jurídica. E, em causando
insegurança jurídica, pode refletir em demais presos sim”, concluiu Janot.
Vai Barbosa. Leva contigo teu ódio. Que tua
intolerância sirva de alerta a teus pares dos perigos de um magistrado que se
deixa guiar pelo rancor, ao invés de aplicar o Direito.
3 comentários:
Essa foi a coisa mais ridicula que eu ja ouvi alguem dizer!!
Joaquim Barbosa sera julgado pela historia como uns poucos herois de nossa época!
Vc é um imbecil Marcos Vinicius
Que moral esse Marcos Vinicius tem para fazer juízo de valores do ex-ministro Joaquim Barbosa ? Será que ele pensa que tem capacidade de convencer o país inteiro que o maior ministro da justiça que o Brasil conheceu estava errado quando julgou e condenou os mensaleiros bandidos ? Será uma missão muito difícil para ele.
Valter Desiderio Barreto.
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