sábado, 30 de janeiro de 2010

Homem aplica golpe, tumultua a cidade e vai parar no xadrez

Fotos: Bariloche Silva




Francisco Sousa, 20 anos, cearense, chegou a Parauapebas há cerca de duas semanas, segundo ele, para morar com a irmã. A vida de Francisco começou a desandar, pois a irmã dele vendeu a casa onde morava e se mudou para Fortaleza. Francisco, sem lugar para ficar, dormiu na rua, onde foi assaltado. Bateram no Francisco. Ele, então, liso financeiramente, começou a procurar ajuda. Primeiro, para se alimentar, depois, para retornar ao Ceará.
Francisco procurou um vereador para que o mesmo lhe arrumasse uma passagem de volta ao Ceará e recebeu como resposta um sonoro não, sob a alegação de que o mesmo não era eleitor do município.
Francisco, perambulando pela cidade com fome, bateu na porta de um cidadão no bairro Rio Verde. Pediu um prato de comida, contou sua história. O dono da casa, depois de ouvi-lo, disse que ele estava enrolado, mas que não lhe ajudaria. Propôs a Francisco que, como solução para todos os seus problemas, subisse na torre da operadora de telefonia celular TIM, indicando-a com a mão.
Francisco olhou para a torre e decidiu que iria escalá-la e de lá se jogar. Seria, na ocasião, a melhor atitude a ser tomada. De pronto, o cearense subia na torre de oitenta metros. Já lá em cima, decidido a se jogar e a acabar de vez com sua miserável vida, Francisco foi interpelado por centenas de populares que ali foram se aglutinando, esperançosos para ver o sofrido homem se jogar. Com os gritos de “pula, pula, pula”, Francisco se assusta e ameaça pular. A população continua incentivando.
Chegam o Corpo de Bombeiros, Polícia Civil, PM, Defesa Civil e psicóloga experiente na área de suicídio. Estava formada a operação que tentaria fazer com que o agora relutante Francisco mudasse de ideia.
Francisco explica que quer dinheiro para voltar ao Ceará. A rádio Arara Azul transmite o evento ao vivo. O sempre antenado Laércio de Castro confere tudo in loco. Tensão. Francisco começa a descer. Muda de ideia. O dinheiro lhe é mostrado por agentes da operação. Curiosos aumentam em número rapidamente.
Um agente sobe até onde Francisco está e lá lhe repassa a verba. Francisco desce. Um suculento marmitex espera por ele, que o devora rapidamente. Bebe água, dá entrevista e em seguida é encaminhado à Depol, onde é autuado por perturbação da ordem pública e estelionato. É, estelionato. O infeliz Francisco já havia cometido esse “golpe” diversas vezes no Maranhão. Confessou tudo assim que chegou à delegacia e tomou umas duras.
Esse golpe é comum. Confira aqui, e nos leva a pensar aonde chegaremos. O homem, lamentavelmente, faz qualquer tipo de coisa para arrumar uns trocados. Francisco, se é que esse é mesmo o nome do cara, vai passar uma temporada vendo o sol nascer quadrado. Merecidamente. Caboclo bom de uma taca daquelas de ir parar na água de sal pra curar! (Fonte: Blog do Zé Dudu)

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