Na composição de muitos produtos industrializados
que compramos no supermercado, como ketchup, refrigerantes, bebidas
energéticas, sucos de caixa, cereais, biscoitos, bolos, sorvetes, entre outros, quase
sempre aparece listada a frutose.
A paisagista Nathália Haber, que se preocupa com a saúde
dela e opta sempre pelos produtos orgânicos, tem o costume de ler
criteriosamente os rótulos e, na maioria das vezes, percebe a presença da
frutose neles.
Antigamente, ela tinha uma ideia equivocada em
relação aos benefícios desse monossacarídeo: “Quando eu lia a palavra frutose,
eu relacionava a fruta, que é uma coisa boa. Ai eu pensava: a frutose deve ser,
então, algo bom. Não deve fazer mal à saúde”. Certo? Errado!
O nutricionista Carlos Bastos, especialista em nutrição
esportiva, explica que a frutose hoje é uma das principais causas de problemas
cardiovasculares, de obesidade, diabetes e outros malefícios.
O profissional esclarece que, de fato, as frutas
possuem em sua composição a frutose e diversos outros açúcares, como a glicose
e a sacarose. Mas a frutose presente nos alimentos processados não é derivada
das frutas e sim do milho.
Trata-se de um xarope usado pelos produtores
de alimentos processados para adoçar aquilo que comemos. “O
poder de adoçamento da frutose é maior do que o da sacarose. Além disso, é um
açúcar mais barato. Por isso é usado pela indústria”, explica o nutricionista.
Carlos Bastos explica também por que a frutose é um
açúcar ruim: “Principalmente, porque é um carboidrato e sua entrada nas células
não depende de insulina. Ou seja, a frutose é absorvida no intestino e
metabolizada rapidamente no fígado, onde pode ser armazenada e, posteriormente,
transformada em gordura. A não ser que você esteja em situação de jejum e,
nesse caso, ela será transformada em energia (glicose) para seu corpo”.
De acordo ainda com Carlos Bastos, a ingestão de
frutose é um dos principais motivos de muitas pessoas não conseguirem a barriga
definida que tanto desejam. “Quando ela é metabolizada no fígado das pessoas e
suas reservas já estão cheias, o monossacarídeo é transportado para outras
partes do corpo e armazenado em forma de gordura, normalmente na barriga ou
cintura”, explica.
Nathália Haber diz se sentir feliz por levar uma
vida saudável. “Não bebo refrigerante e sou vegetariana há 10 anos. A base da
minha alimentação são frutas, legumes, verduras, castanhas e lácteos. Consumo
alguns produtos industrializados, mas costumo ler os rótulos e evitar ao máximo
alimentos que contenham corantes artificiais, conservantes e transgênicos”, revela.
Frutas
ingeridas com casca
O nutricionista esclarece que as frutas não devem
ser evitadas. Pelo contrário, é sempre interessante consumi-las, principalmente
com as cascas, pois possuem fibras e diminuem o impacto do açúcar no sangue.
Além disso, melhoram a resposta da insulina e promovem maior saciedade.
Os produtos industrializados, entretanto, onde é
encontrada a frutose extraída do milho, devem ser evitados. “É importante atentar-se
para os rótulos e embalagens dos alimentos e não deixar de frequentar a sessão
das frutas no supermercado ou feira”, pontua Carlos Bastos.
No entanto, ele alerta que é preciso prestar atenção
na quantidade e nos tipos de frutas que são ingeridas. Por se tratarem de
carboidratos, não devem ser consumidas exageradamente. “O segredo é manter o
equilíbrio. Essa palavra é bem importante na alimentação de qualquer pessoa,
seja qual for o seu objetivo”, ensina.
O profissional indica as frutas da época, por serem
mais acessíveis nos locais de venda e por seus preços mais em conta. É
importante consumir bananas pela manhã, após o organismo ter passado várias
horas dormindo e em jejum.
Os abacates também são potentes antioxidantes,
fontes de gorduras monoinsaturadas e com baixo teor de frutose, assim como o
morango, o kiwi, o pêssego e outras frutas. “É bem legal fazer uma salada de
frutas para o lanche ou uma sobremesa saudável, como um creme de frutas, que
pode substituir o maléfico pote de sorvete”, indica o nutricionista. (Luiz Cláudio Fernandes)
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