quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Bandidos migram para internet

Teclados de computador têm se transformado em armas potentes nas mãos de grandes criminosos no país. Com menos riscos e maior lucratividade, estelionatários e traficantes investem em crimes cibernéticos, que possibilitam diversas formas de golpes, como invasão de contas bancárias, crimes contra a integridade física e moral; tráfico de drogas e estelionato; criação de páginas de empresas-fantasma e de pedofilia.

Falta de legislação específica é um dos principais obstáculos que a polícia enfrenta. As autoridades afirmam que não há crime perfeito na internet, pois sempre deixam rastros, mas Goiás está entre os dez estados com maior índice de crimes virtuais.

De acordo com dados da SaferNet Brasil, organização não-governamental que luta pela segurança no mundo virtual, Goiás é apontado como o 10º Estado no ranking de crimes pela internet. O levantamento se refere até março deste ano.

Só em casos de denúncia de pedofilia, o portal da entidade recebeu mais de 35 mil denúncias referentes a mais de dez mil páginas na internet.

Cerca de mil denúncias de crimes contra os direitos humanos, como pedofilia, racismo, neonazismo, homofobia e instigação à tortura e ao suicídio provenientes de todo o Brasil são recebidas diariamente via internet pela Safernet Brasil.

No que se refere a furtos de senha pela internet, Goiás lidera a lista. O Brasil tem mais de 20 milhões de usuários de internet. É uma das maiores comunidades virtuais do mundo. Portanto, é natural esperar que haja certa suscetibilidade por parte dos navegantes.

Em Goiás, só o Orkut, maior página de relacionamentos da rede, responde por média de dez registros semanais na Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic). Parte desta culpa, especialmente no que se refere a calúnias, difamação e uso indevido de dados bancários, também pesa sobre ombros do internauta.

O delegado Álvaro Melo, que comandou Grupo de Repreensão a Crimes Cibernéticos de Goiás, na Deic, participou de cursos internacionais específicos de crimes na internet, afirma que, sem legislação própria, condutas ilícitas na internet estão atraindo quadrilhas que antes atuavam em crimes como roubo a bancos e tráfico de drogas.

Embora reconheça haver ainda poucos investigadores específicos, a autoridade policial diz acreditar que a aprovação de legislação própria consiga conter a expansão desses crimes. Fonte: Diário da Manhã - Safernet

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