
Acompanhada do diretor de Polícia Especializada, João Bosco Rodrigues, a delegada informou que o esquema foi desmontado na capital paulista a partir do boletim de ocorrência sobre o suposto desaparecimento de um rapaz de 17 anos, no final do ano passado. O BO foi registrado na Data em 4 de janeiro deste ano. A Divisão passou a investigar o caso e descobriu que o jovem teria viajado para São Paulo.
Os pais do rapaz desaparecido suspeitavam que ele estivesse em São Paulo. As polícias civis do Pará e de São Paulo, em troca de informações, apuraram que o jovem estava na capital paulista, morando em uma pensão, onde era submetido a um esquema de prostituição análogo à escravidão, pois era obrigado a fazer programas sexuais para pagar hospedagem, alimentação e outras despesas.
A Data descobriu o endereço da pensão no centro da capital paulista. A informação foi repassada para a Polícia Civil de São Paulo, que na noite de quarta-feira (2) chegou a duas pensões. Em uma delas estavam cerca de 30 travestis. Na outra, situada na zona norte, mais 70 jovens foram encontrados, a maioria do Pará. Seis são adolescentes, dos quais cinco paraenses.
Acusados
Segundo a Polícia Civil de São Paulo, os jovens foram levados à capital paulista por uma mulher, ainda não identificada, que está sendo procurada. O marido dela ficava com parte do dinheiro dos programas feitos pelos rapazes. No momento da chegada dos policiais civis a uma das pensões, ele conseguiu fugir. Os dois responderão por tráfico de pessoas, corrupção de menores e porte de droga, pois no local foi encontrada maconha.
Com a desarticulação da rede, a Polícia Civil paulista prosseguirá as investigações. A expectativa é de que na próxima semana os jovens sejam trazidos à capital paraense. Eles permanecerão em um abrigo provisório em São Paulo, até a finalização do procedimento policial. (Walrimar Santos)
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