quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

‘Pés-inchados’ são retirados do meio da rua

Fotos: Waldyr Silva

Prefeito Darci com alguns dos dependentes


Situação dos "pés-inchados" era deprimente

Vinte e cinco pessoas (entre estas, duas mulheres) que constantemente são vistas amotinadas nas proximidades da Feira do Produtor, no bairro Cidade Nova, consumindo bebida alcoólica, foram retiradas do meio da rua e acolhidas nas instalações da Associação de Pastores Evangélicos de Parauapebas (Apep), localizada na rua A, bairro Primavera.
Os “pés-inchados”, como são popularmente conhecidos, pelo fato de serem viciados em bebida alcoólica, foram acolhidos semana passada com apoio da prefeitura, que vem fornecendo alimentação e assistência médica e psicológica aos dependentes.
Além do atendimento médico e psicológico, as pessoas recebem também orientação espiritual por parte de pastores da Apep, conforme revelação do pastor Adélio Rodrigues Portes, presidente da instituição.
Na última segunda-feira (21), o prefeito Darci José Lermen (PT) esteve na sede da entidade visitando o grupo acolhido, quando na oportunidade tomou conhecimento sobre o atendimento que as pessoas estão recebendo, às quais reforçou o apoio condicionado pela prefeitura, desde que elas não voltem mais a ingerir cachaça.
“Vocês vão continuar recebendo todo apoio da prefeitura, por meio da Apep, mas se alguém sair daqui e voltar a ingerir bebida alcoólica vou dar umas palmadas nele”, brincou Darci Lermen, recebendo a garantia de que as pessoas estão dispostas a se esforçar para driblar a vontade de beber.
Na avaliação do prefeito, o ato da prefeitura e da Apep em recolher da rua os “pés-inchados” para local decente significa “o resgate da dignidade e a vontade de eles se integrarem à sociedade e ao convívio da família”.
Ouvido pela reportagem, o acolhido Amarildo Silva Pereira, conhecido por “Baiano”, declarou que vai fazer de tudo para que a oportunidade dada a ele não seja desperdiçada, “porque aqui na Apep nós temos Deus, enquanto lá no meio da rua nosso Deus era o álcool”.
Filosofando, “Baiano” diz que “a solidão não é a pessoa ficar sozinha, mas estar entre mil pessoas e sentir a falta de alguém, e este alguém era esse acolhimento que estamos recebendo”.
De acordo com o pastor Adélio Portes, os dependentes de álcool vão ficar acolhidos na instituição até, provavelmente, o mês de abril, quando as instalações do Centro de Terapia Êxodo (CTE), localizado a 22 quilômetros do centro da cidade, próximo da vila Palmares II, estiverem prontas para receber essas pessoas.
No CTE, os internos vão poder cultivar hortas e outros produtos agrícolas; e criar pequenos animais e aves, cuja produção deverá ser comercializada e a renda convertida para manutenção da entidade.

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