O padrão de consumo de álcool no Brasil
mudou. As mulheres e os homens estão bebendo com mais frequência e de maneira
mais prejudicial. É o que revela o II Levantamento Nacional de Álcool e Drogas
(Lenad), feito pela Unifesp, divulgado nesta quarta-feira (10). Segundo a
pesquisa, nos últimos seis anos (2006 a 2012) houve um aumento de 20% na
frequência em que se bebe. Nas mulheres, o aumento foi maior, de 29% em 2006
para 39% em 2012.
O chamado beber em "binge",
consumo de maneira perigosa, onde a pessoa ingere mais de quatro doses em duas
horas, cresceu 31%. Nas mulheres, o aumento foi maior - 36% (em 2006) contra
49% (2012).
“Metade da população não bebe, mas quem
bebe está bebendo mais. O aumento da renda aumenta o poder de compra. E você
tem um milhão de pontos de venda de bebidas. E 20% dos que mais bebem consomem
56% do álcool consumido pela população”, explica o psiquiatra Ronaldo
Laranjeira, que organizou o estudo.
Em 2006, 45% dos adultos consumiam
bebidas alcoólicas uma vez por semana ou mais. Em 2012, o número aumentou para
54%.
Laranjeira destaca que metade da
população brasileira não bebe, e o índice permaneceu o mesmo nos últimos seis
anos. As mulheres foram o grupo que houve maior aumento, seja no consumo ou no
beber excessivo. Este é o grupo mais vulnerável, que teve um aumento radical,
30%. Isso terá repercussão na saúde dela, aumenta chances de câncer de mama,
por exemplo.
O levantamento revela ainda que 32%
disseram não conseguir parar de beber. E ainda 10% afirmam que alguém já se
machucou em consequência do seu consumo de álcool.
Para o levantamento, a Unifesp
entrevistou, em domicílio, 4.607 pessoas em 149 municípios brasileiros. Os
entrevistados responderam, ainda, questões sobre álcool, tabaco e drogas
ilícitas, entre outros. No início de agosto, o mesmo estudo mostrou que 1,5
milhão de pessoas usam maconha diariamente no Brasil – o índice de dependentes
desta última droga chega a 37%.
O Brasil é o segundo maior consumidor de
cocaína em relação ao número absoluto de usuários, perdendo apenas para os
Estados Unidos, segunda outra etapa do estudo. O levantamento diz que 2,8
milhões de pessoas fizeram o uso da droga e seus derivados no último ano, entre
elas 244 mil adolescentes. (Fonte: O Globo Online)
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